Atualmente, muitas marcas têm se posicionado a respeito de temas presentes na sociedade, tais como: desenvolvimento sustentável, direitos LGBTQ+, direitos das mulheres, entre outros. Esse movimento é chamado de ativismo empresarial ou ativismo corporativo. A seguir, vamos te apresentar mais informações sobre esse conceito, vantagens e alguns exemplos!
O que é ativismo empresarial?
Ativismo empresarial é o nome dado ao comportamento de empresas que se envolvem em debates sobre temas públicos, por exemplo: racismo, homofobia, equidade de gênero, entre outros. Esses debates podem ou não estarem vinculados ao mercado em que a empresa atua.
Nesse movimento, as empresas expõem suas posições, acompanhando as mudanças de paradigmas da sociedade. Dessa forma, o foco passa a ser também uma sensibilização com causas que permeiam a sociedade, e não apenas com a margem de lucro.
Quando a empresa opta por essa postura, ela passa a ter uma ligação mais próxima com o público alvo, uma vez que, tanto a empresa como o consumidor, apoiam a causa em questão. Todavia, é importante que a empresa possua esse posicionamento como filosofia, com o propósito de impactar verdadeiramente a sociedade.
Mas…como essa ação impacta a sociedade?
O ativismo empresarial, além de ser importante para a reputação da marca como um todo, pode impactar a sociedade ajudando a dar voz para as lutas dos movimentos sociais.
Essa ajuda pode vir, por exemplo, através de um papel significativo que grandes corporações podem ter no estágio inicial de implementação de políticas ao pressionar pela adoção de leis que dizem respeito ao bem comum. Em outros casos, essa pressão pode ser contra leis pendentes que prejudicariam essas lutas.
É importante ressaltar que, apesar desses pontos positivos, o ativismo corporativo também é alvo de algumas críticas. O principal argumento é que essas ações por parte das empresas tratam-se de um deslocamento oportunista, no qual elas estariam “roubando” espaços de ONGs e movimentos sociais.
Outra crítica relacionada a esse conceito é que essas ações seriam suspeitas, ou seja, seriam tentativas veladas de aumentar o valor das empresas e capturar clientes. Coloca-se em dúvida, portanto, se os esforços seriam traduzidos em efetivo impacto social.
Sugestão: Confira também nosso post sobre ONGs e sobre Movimentos Sociais!
Exemplos de Ativismo Empresarial
Agora que você já entendeu o conceito, vamos apresentar algumas empresas brasileiras que se posicionam a respeito de determinadas questões:
Natura
A Natura, empresa brasileira do setor de produtos cosméticos, possui, desde 2014, o certificado B Corp, o que significa que a Natura faz parte de uma rede de empresas que integra crescimento econômico com bem-estar social e ambiental.
Além disso, o desempenho da empresa nas pautas de sustentabilidade também pode ser encontrado em toda etapa da vida dos produtos: extração de matéria-prima, fabricação, transporte, uso e descarte de materiais. Além da companhia diminuir o impacto ambiental, aproxima-se do público ao pensar e investir em embalagens e produtos mais conscientes.
Malwee
O grupo Malwee é uma das maiores empresas de moda do Brasil. Além da empresa possuir como missão o respeito aos colaboradores, sociedade e meio-ambiente, ela realiza algumas iniciativas que têm como objetivo impactar a sociedade.
Dentro do seu próprio mercado da moda, a marca apresenta o selo “Moda do Bem”, o qual sinaliza todas as peças da marca com iniciativas sustentáveis e promove uma moda com responsabilidade e impacto positivo.
Ainda, é possível encontrar outras iniciativas da Malwee, tais como:
- Promoção de coleta seletiva de resíduos no Carnaval de São Paulo, através da Estação Malwee – Sou Resíduo Zero;
- Apoiadora do Ribon, aplicativo de notícias que permitem aos usuários fazerem doações para causas humanitárias, de forma gratuita e eficaz;
- Reversão de parte das compras realizadas para ajudar Organizações humanitárias.
AMBEV
A cervejaria AMBEV, empresa brasileira dedicada à produção de bebidas, inclui cada vez mais as pautas sociais em suas propagandas de cerveja.
Essas propagandas, que por muito tempo apresentaram contextos machistas, agora estão mudando o seu tom. Como exemplos, podemos citar os seguintes comerciais:
- Reposter Skol: A Skol convidou, no Dia Internacional da Mulher de 2017, ilustradoras e artistas plásticas para recriarem antigos pôsteres da marca sob um novo olhar, dessa vez mais contemporâneo e alinhado com os discursos que estamos presenciando esses dias.
- Orgulho LGBT: A marca publicou, em 2016, um vídeo com uma poderosa mensagem para o dia do Orgulho LGBT.
- Comercial “Viva a Diferença”: Em 2017, a empresa lançou a campanha “Redondo é sair do seu quadrado” e apresentou um comercial com o foco na cor da pele, destacando a vasta diversidade do povo brasileiro.
Boticário
O grupo brasileiro de cosméticos e perfumes também marcou o público com um comercial de Natal de 2018.
O comercial incluía um menino com deficiência auditiva integrado à apresentação de fim de ano da escola ao participar do coral e se comunicar por meio da língua brasileira de sinais.
A marca também esteve presente com seu ativismo em outras datas, tais como: Dia dos namorados de 2015, com propaganda envolvendo casais homoafetivos e Dia dos Pais de 2018, com destaque para uma família negra.
E aí, conseguiu entender o que é o ativismo empresarial? O que você acha desse movimento? Compartilha a sua opinião com a gente!
REFERÊNCIAS
Ativismo Corporativo: quando as empresas viram militantes
Assessing the Impact of CEO Activism – Harvard Business Review