Tenho certeza que você já ouviu falar da Segunda Guerra Mundial. A grande expansão territorial dos nazistas e toda a imposição racista e antissemita que aconteceu durante quase 6 anos. Agora, você imagina como ficou a situação mundial dos países envolvidos no conflito após a Segunda Guerra? E o que o Plano Marshall tem a ver na reestruturação desses países?
O pós-guerra foi devastador para os países europeus. Nunca antes um vencedor de uma grande guerra havia ficado tão desgastado e a maior preocupação continental era de como iriam se reerguer e recuperar sua força em meio toda aquela destruição.
Por isso, hoje vamos contextualizar e entender mais sobre o Plano Marshall, o projeto para reconstruir totalmente o continente Europeu e estruturar seu poder. Será que deu certo?
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O que desencadeou o Plano Marshall?
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Com o final da Guerra, os países do continente europeu que estavam envolvidos no conflito saíram com as economias drasticamente abaladas e as populações empobrecidas. Os danos econômicos e políticos eram grandes e o número de mortes foi tão alto que superou o da Primeira Guerra, deixando o continente Europeu e suas principais nações enfraquecidas.
Após o conflito, houve algumas mudanças no cenário mundial e a configuração se apresentava da seguinte forma: no mesmo tempo em que os países europeus, participantes no combate, perderam o domínio mundial, os Estados Unidos se tornaram a nação mais rica e poderosa do planeta.
Durante a guerra, os norte-americanos aumentaram três vezes mais sua capacidade industrial, e começaram a produzir grande parte das mercadorias industrializadas de todo o mundo, tendo grande influência mundial.
Porém, ao fim do confronto, a União Soviética ou URSS, país socialista com a organização econômica e social oposta ao capitalismo, saiu aclamada pela força determinante no combate à Alemanha nazista, e também estava extensamente presente no cenário mundial e com grandes decisões por vir, como a nova geopolítica europeia.
Isto é, o interesse da União Soviética era garantir áreas de influência e ter uma maior soberania, o que ameaçou e incomodou os Estados Unidos, já que suas ideologias eram completamente contrárias.
Sendo assim, desencadeou-se uma disputa pela hegemonia mundial dividindo o mundo em dois blocos, que deu início a uma guerra econômica, diplomática e tecnológica.
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A preocupação dos EUA
Como os soviéticos já controlavam os países do Leste Europeu, o governo dos Estados Unidos preocupava-se com as vitórias eleitorais dos partidos comunistas, uma forma política de controle local exercida pelos soviéticos para obter poder sob um certo território, na França e na Itália, já que saíram da guerra prestigiados e bem parabenizados pelo engajamento na resistência do conflito.
Assim, os norte-americanos concluíram que para impedir o avanço comunista, era preciso estabelecer uma nova ordem mundial, o que exigia uma Europa ocidental fortalecida.
Ou seja, era preciso reerguer as economias europeias para obter o resto do continente sob influência norte-americana e criar mecanismos de controle dos capitais para estimular uma ordem capitalista, enfraquecendo o comunismo.
O que foi o Plano Marshall?
Em frente a esse cenário, em 5 de junho de 1947, George C. Marshall, secretário de Estado dos EUA, anunciou o chamado Plano Marshall e sua implantação ocorreu entre os anos de 1948 e 1951, durante o governo Truman.
O plano Marshall se constituiu em uma grande ajuda financeira oferecida pelos Estados Unidos para os países europeus prejudicados pela guerra.
Esse auxílio ocorria por meio de empréstimos a juros baixos ou até mesmo doações em dinheiro, desde que os respectivos países aceitassem as exigências econômicas feita pelos EUA, como a compra de mercadorias norte-americanas.
A empobrecida Europa ocidental abraçou o Plano Marshall com euforia e recebeu, entre 1948 e 1961, cerca de 17 bilhões de dólares dos EUA, sendo Inglaterra, França, Alemanha e Itália os mais beneficiados.
Além do dinheiro a Europa recebeu:
- Alimento
- Combustível
- Auxílio Tecnológico
- Mão de Obra
Os objetivos eram reforçar o sistema estadunidense, recuperar os países europeus para integrá-los à economia norte-americana, agregá-los ao lado capitalista e evitar o avanço da União Soviética no Ocidente.
A mesma estratégia acabou sendo aplicada no Japão, principalmente depois do reconhecimento da Revolução Comunista da China, em 1949. Os objetivos eram iguais: recuperar a economia japonesa e ligá-la à norte-americana e impedir a expansão do comunismo no Oriente.
A Estratégia Capitalista
O Plano Marshall e a reconstrução do Japão acabaram fazendo parte de um mesmo processo: a estruturação de um bloco político, econômico, diplomático e militar para fazer frente à URSS.
Isto é, os Estados Unidos tinham o plano de enfraquecer a ordem comunista e alcançar a hegemonia mundial garantindo-se a aliança entre os países da Europa Ocidental e os Estados Unidos.
Com esse pensamento, governos e meios de comunicação europeus e norte-americanos produziram imagens e discursos bastante negativos contra o sistema comunista e a União Soviética. Ou seja, era realizado uma propaganda anticomunista constante para enfraquecer o lado oposto.
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Consequências do Plano Marshall
Logo após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos já tinham o plano de se aproximar da Europa. Com o Plano Marshall, essa aproximação se consolidou e trouxe grandes benefícios políticos, sociais e econômicos para os envolvidos, incluindo os EUA.
O plano reestruturou os países prejudicados pela guerra e trouxe aliados para o lado capitalista, dando força aos norte-americanos. Além disso, a Europa Ocidental se manteve alinhada com a política dos Estados Unidos e se afastou da influência soviética.
Desse modo, os partidos comunistas perderam força e acabaram derrotados nas eleições parlamentares durante a aplicação do plano.
Os soviéticos reagiram à estratégia norte-americana, e em 1949 criaram o Comecon, Conselho de Assistência Mútua Econômica, uma espécie de Plano Marshall dos países socialistas com o objetivo de torná-los autossuficientes em relação ao bloco capitalista.
Naquele momento, o mundo presenciava as duas potências mais poderosas disputando o objetivo de alcançar a liderança mundial.
Assim, houve a criação de vários outros organismos internacionais para mapear cada domínio, entre eles a OTAN, pensada pelo lado capitalista e o Pacto de Varsóvia, pelos comunistas.
Por fim, todo o auxílio financeiro dado pelo Estados Unidos em 1947, incluindo o Plano Marshall, para obter maior influência, fez com que houvesse uma tensão maior com a União Soviética, o que resultou numa guerra que durou mais de 40 anos.
A situação é intrigante e como você pôde notar, os acontecimentos são complexos e repletos de momentos com instabilidade e conflitos. Por isso, a Politize! se responsabiliza em te explicar a história da forma mais didática possível.
E aí, você conseguiu compreender os impactos do Plano Marshall na reestruturação dos países europeus? Nos conta nos comentários!
1 comentário em “Plano Marshall: plano que salvou a economia da Europa”
Excelente matéria