Você deve já ter percebido que a história do Brasil consegue ser bem conturbada. Mas você sabe como se deu o desenrolar do Segundo Reinado, encerrando o período de Brasil Império?
Com um início bastante inusitado, o episódio do Segundo Reinado deu sequência aos altos e baixos do Período Regencial. Pontos como a centralização do poder por D. Pedro II, a consolidação da economia cafeeira e muitas revoltas foram pilares para as mudanças de uma sociedade construída sobre um sistema de opressão dos escravizados e para uma crise final de grande insatisfação.
Nossa! Muita informação, né? Mas relaxa porque a Politize! organizou todas as questões mais importantes de forma fácil e simples desse período tão essencial para a história do país para você arrasar na hora da prova! Confiamos em você! Vamos lá?
Recapitulando: antes do Segundo Reinado
O Brasil Império dividiu-se em três fases. O Primeiro Reinado (1822-1831) começou logo após a declaração da Independência do Brasil por D. Pedro I, instaurando uma monarquia construída sobre a economia açucareira. Ao sofrer uma crise de impopularidade e autoritarismo, D. Pedro I renunciou ao cargo.
Em seguida, surge o Período Regencial (1831-1840). Sem imperadores no poder, a fase transitória teve um caráter fortemente liberal e federalista. Basicamente, houve uma descentralização do poder, dando maior autonomia às províncias.
Nesse contexto, houve uma grande polarização política: regressistas conservadores eram a favor da centralização, sendo contrários aos liberais federalistas – aliás, essa característica estende-se até o Segundo Reinado. Além disso, não se pode esquecer que essa fase foi marcada pelo declínio do açúcar e pela ascensão do café como principal produto agroexportador.
Assim, surge o Segundo Reinado, terceiro e último período monárquico antes da instauração da república. Agora que refrescamos a memória, bora entender melhor sobre esse período?
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A política no Segundo Reinado
Esse período (1840-1889) iniciou-se após o Golpe da Maioridade que, com a ajuda de políticos liberais, coroou D. Pedro II imperador aos 14 anos de idade. A atitude trouxe maior estabilidade ao antigo contexto de muitas revoltas e disputas políticas.
Antes uma Monarquia Constitucional, D. Pedro II iniciou uma Monarquia Parlamentar, marcando seu governo um “parlamentarismo às avessas”. Em resumo, liberais e conservadores poderiam eventualmente ajudá-lo, de forma que o poder se estabelecesse nas mãos do imperador. Com a volta do Poder Moderador, D. Pedro II conseguiu estar acima do sistema, equilibrando, ao mesmo tempo, uma enorme polarização ideológica.
A base econômica do Segundo Reinado
Nesse período, a agroexportação do café para a Europa alcançou seu auge. É importante lembrar que o contexto internacional era bastante favorável: o consumo do café aumentou devido, principalmente, à Revolução Industrial.
O regime de plantation (monocultura em latifúndios por escravizados) controlava a cafeicultura, regida por “barões do café”. Não se pode esquecer que, nesse momento, o trabalho livre de imigrantes assalariados foi aumentando gradualmente.
A intensificação da imigração para o Brasil sempre esteve ligada à consolidação do racismo e à ideia de superioridade intelectual da raça branca.
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Surto Industrial do Segundo Reinado
Nesse período, houve a valorização da indústria nacional. A criação da Tarifa Alves Branco buscou superar uma grande crise econômica com o protecionismo alfandegário, que elevava os impostos em produtos importados. Além disso, a chamada Era Mauá foi marcada pelos investimentos em industrialização e modernização por Barão de Mauá, pioneiro nesse meio.
Construção social do Segundo Reinado
Com a pressão da Inglaterra para o fim da escravidão, algumas leis de caráter abolicionista como a Lei Eusébio de Queiroz e do Ventre Livre foram sendo criadas, chegando até a Lei Áurea de 1888 que aboliria de fato o sistema escravocrata.
Saiba mais: abolição da escravatura no Brasil
No entanto, outras regulamentações como a Lei de Terras (1850), que obrigava a posse de terras somente pela compra, intensificaram a desigualdade social e a oligarquização das terras.
Não se pode ignorar o fato de que pontos da nossa realidade de luta a favor da reforma agrária ou contra o racismo são reflexos todas essas decisões do século XIX.
Veja também nosso vídeo sobre a abolição da escravatura!
A crise do Segundo Reinado
A falta de apoio de quatro grupos que sustentavam o regime monárquico pôs fim a esse período. A insatisfação dos barões de café com a questão abolicionista criou uma ruptura entre as elites latifundiárias e o Império.
Além disso, a Guerra do Paraguai expôs os militares a um sentimento republicano e abolicionista, enxergando o Segundo Reinado nacional como arcaico e regressista, uma vez que outros países da América do Sul já não seguiam esse sistema.
E questões de cunho religioso e internacional puderam contribuir para tal fim também: problemas entre o Papa e o Imperador e o rompimento diplomático entre Brasil e Inglaterra, a chamada Questão Christie, eclodiram em um golpe militar por Marechal Deodoro da Fonseca, dando início ao regime republicano brasileiro.
E aí? Agora ficou mais fácil, né? Nós da Politize! esperamos ter te ajudado a entender melhor sobre os pilares do reinado de D. Pedro II e como esses se relacionam com a atualidade. Não se esqueça de deixar suas dúvidas nos comentários!
Referências
- Mundo Educação – Segundo Reinado: contexto, acontecimentos, fim.
- História do Mundo – Segundo Reinado (1840 – 1889)
- Stoodi – Segundo Reinado: resumo, principais acontecimentos e mais!
- Brasil Paralelo – O que foi o Segundo Reinado? Principais Características
- Sua Pesquisa – Segundo Reinado no Brasil – características, política e acontecimentos