A queda da bastilha: entenda o estopim da revolução francesa

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Em de julho de 1789 aconteceu na França a Queda da Bastilha, evento conhecido como o estopim para a revolução francesa. O local era uma antiga prisão símbolo do absolutismo do Antigo Regime e foi tomado por revolucionários que estavam insatisfeitos com a situação que o país se encontrava, econômica e politicamente.

Antes de nos aprofundarmos no que de fato foi a queda da Bastilha, precisamos entender o que ela era e qual era o contexto em que a França se encontrava. A seguir, veremos qual era a situação no país, o que culminou esse episódio e porque ele foi tão importante para o desenrolar da Revolução Francesa. Vamos lá?

O que era a bastilha?

Bastilha era uma prisão localizada em Paris para onde iam os presos políticos. Todos aqueles considerados inimigos do rei francês eram presos neste local. Apesar de ter sido de grande uso durante a monarquia, na época de sua tomada, só possuía sete presos. Mas além de servir como prisão, era lá que ficava armazenada a pólvora, e esse foi um dos intuitos da população para a Queda da Bastilha.

Em 14 de julho de 1789, a prisão foi tomada pelo povo parisiense. Insatisfeita com a crise socioeconômica que assolava o país, a população, majoritariamente pertencente ao terceiro estado, tomou Bastilha e apossou-se dos armamentos que lá se encontravam. Assim, deu-se início o que conhecemos hoje como Revolução Francesa. Mas como assim terceiro estado? Quem fazia parte desse grupo? Vamos entender a seguir.

Contexto histórico: qual era a situação da França antes da queda da bastilha?

Entre os séculos XV e XVIII, o absolutismo, sistema em que o rei concentrava todo o poder de Estado, foi o modelo político e social que prevaleceu em muitos países europeus e na França não foi diferente. Nessa época o país era governado pelo rei Luís XVI e passava por uma crise econômica decorrente de elevados gastos do país, agravados ainda mais por envolvimentos de conflitos no exterior.

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A queda da Bastilha foi motivada, especialmente, pela crescente desigualdade social. Em 1788 e 1789, a França teve colheitas ruins, o preço do alimento aumentou e muitos camponeses não tinham condições de comprá-los. Resultado: a fome aumentou. A crise, aliada à divisão social em primeiro, segundo e terceiro estado no país, gerou uma extrema insatisfação popular, que mais tarde culminaria na queda da Bastilha.

O primeiro estado era composto pelo clero, famílias nobres que viviam luxuosamente, incluindo padres. O segundo pela nobreza, que possuíam terras e os maiores cargos no governo e no exército. Esses dois juntos integravam 2% da população. Já o terceiro estado era composto por três grupos: camponeses, trabalhadores urbanos e a classe média francesa.

Essa divisão de classes garantia uma série de privilégios ao Primeiro e Segundo Estado, como doação de terras pelo rei, isenção de impostos e manutenção de uma vida luxuosa. O povo, por sua vez, sustentava todo o peso do estilo de vida da aristocracia francesa, com impostos cada vez mais altos.

A importância da assembleia dos estados na queda da bastilha

Ao longo da década de 1780, vários ministros tentaram contornar a situação e ampliar a cobrança de impostos, sempre sem sucesso. O conservadorismo das autoridades e a conivência do clero e da nobreza impediam tal ato. Com a pressão popular, e somente no mandato de Jacques Necker, controlador geral das finanças do estado, o rei Luís XVI decidiu fazer uma Assembleia Nacional dos Estados, evento que não era realizado desde 1614.

A Assembleia, que começou dia 08 de maio, tinha o objetivo de mudar o conjunto de leis da França, especificamente o aumento de impostos, e resolver a situação de uma forma diplomática. No entanto, a contagem de votos acontecia por estado, não por deputados. Em outras palavras, apesar do terceiro Estado contar com mais representantes que os outros dois, nunca havia aprovação de leis mais transformadoras, já que o clero e a nobreza votavam juntos por seus interesses.

Com isso, os integrantes do terceiro estado fizeram uma enorme pressão, exigindo o voto por pessoa. O rei não cedeu aos pedidos do povo, e como se não bastasse, ameaçou acabar com os Estados Gerais. Por dois votos a um, foi decidido que o terceiro Estado seria o único que sofreria um aumento de impostos.

O juramento do jogo de péla e sua relação com a queda da bastilha

Um mês depois, os representantes do terceiro estado encontraram as portas do palácio fechadas para eles. Expulsos de sua sede de reuniões em Versalhes, eles mudaram-se para o ginásio de tênis do palácio. Com isso, unidos por um espírito de rebelião, eles se refugiaram nesse cômodo, e de lá não saíram até que fosse convocada uma nova Assembleia Nacional, com o objetivo de criar uma nova Constituição para a França. Esse episódio ficou conhecido como o juramento do jogo de Péla.

Com tanta pressão, o rei acatou a ideia e os membros do terceiro estado formaram uma milícia armada, chamada de Guarda Nacional. Esta, por sua vez, tinha como função proteger a Assembleia das tropas reais, que representavam uma ameaça a possíveis mudanças benéficas ao povo.

Apesar do rei concordar com a Assembleia Nacional, sendo esta a primeira vitória para a burguesia, ele não queria transparecer qualquer declínio em seu poder. Com isso, enviou 18.000 soldados a Versalhes, deixando a população receosa e enfurecida pela possibilidade do rei acabar com a Assembleia.

Liberdade, igualdade e fraternidade. Imagem: Pixabay

A queda da bastilha

Somado ao medo do fim da Assembleia, o povo parisiense passava por escassez de comida, desemprego e preços altíssimos. Tudo isso levou a população de Paris a se unir e tomar a Bastilha como forma de protesto pela situação precária em que o país estava.

Então, no dia 14 de julho de 1789, os habitantes de Paris, armados, tomaram a prisão da Bastilha. Eles libertaram aqueles que eram considerados inimigos da realeza e decapitaram o comandante da prisão e o prefeito da cidade. Suas cabeças foram presas em mastros e levadas em uma passeata pelas ruas.

A queda da Bastilha foi um marco simbólico na Revolução Francesa, representando o início da luta contra a tirania e a opressão. A atitude audaz dos parisienses salvou a Assembleia Nacional e foi o grande marco dessa mobilização de 1789. O evento inspirou os revolucionários a derrubarem o regime monárquico absoluto e a buscar uma sociedade mais justa e igualitária.

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O ato inaugurou um período de dez anos, marcado por grande agitação que ficou conhecido como Revolução Francesa. Com isso, a França iniciou uma série de reformas políticas, sociais e econômicas, que transformaram a estrutura do país e influenciaram outros movimentos revolucionários em todo o mundo.

Revolução Francesa. Imagem: Pixabay

Saiba mais: Revolução Francesa: etapas, causas e consequências

Desde então, o povo francês marca o 14 de julho como o Dia da Queda da Bastilha, é um dia de celebração nacional no país.

Conseguiu entender o que foi esse evento e sua importância no cenário da Revolução Francesa? Deixe suas dúvidas e sugestões nos comentários!

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Conteúdo escrito por:
Cearense, 21 anos, graduanda em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará. Participei do English Immersion Program em 2019, me tornando Young Leader pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e sou ganhadora do 1° lugar do concurso nacional de redação do Museu da Imprensa Nacional em 2018. Sou apaixonada por educação, idiomas, gatinhos e BTS.
Gomes, Graziely. A queda da bastilha: entenda o estopim da revolução francesa. Politize!, 18 de setembro, 2023
Disponível em: https://www.politize.com.br/queda-de-bastilha/.
Acesso em: 20 de nov, 2024.

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