Muito se fala sobre o aquecimento global e o desaparecimento de cidades. Além de ser pauta de diversas conferências internacionais, a preocupação com o futuro do nosso planeta ultrapassou as reuniões e bate na porta com urgência.
Em 2021, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já nos alertava sobre o risco de um colapso climático global.
Petteri Taalas, secretário-geral da OMM, já fez alertas em entrevista coletivas sobre o problema com os gases estufa. Segundo Taalas, os gases emitidos atingiram pontos tão altos que as àguas “continuariam a subir por milhares de anos”.
No entanto, esse assunto não é novo. Há muito tempo se discute sobre a necessidade de políticas públicas verdes para desacelerar as consequências desse e diversos outros fenômenos climáticos.
Um grande exemplo são as catástrofes naturais pelo mundo. Temos exemplos como o calor extremo na Europa no verão de 2023 e, o fênomeno El Niño e as fortes chuvas no Brasil em 2022. Nesse texto, abordaremos com mais ênfase o desaparecimento de algumas cidades pelo mundo e como tudo isso está relacionado.
Entenda mais: Estado de Emergência Climática
As conferências climáticas
O desenvolvimento sustentável passou a integrar a agenda internacional a partir do despertar da consciência ecológica. Tal fato deu-se principalmente após a Segunda Guerra Mundial e a partir da criação da Organização das Nações Unidas (ONU).
Uma agenda ambiental engajada auxilia no combate e atraso dos principais fatores que contribuem para o desaparecimento das cidades pelo mundo. Porém, engloba também diversos outros fenômenos climáticos anormais ao redor do globo.
Listamos aqui alguns dos eventos mais importantes e simbólicos que marcaram a discussão nessas últimas décadas:
Conferência de Estocolmo (1972)
Organizada pela ONU, reuniu representantes de 113 países e 250 organizações ambientais. Os tópicos foram sobre pautas referentes à questão ambiental e aquecimento global, que relacionam-se diretamente com o desaparecimento de cidades.
O resultado foi uma declaração sobre o direito de gerações futuras viverem em um planeta saudável e preservado.
Eco-92 (1992)
Também chamada de Rio-92 ou Cúpula da Terra, a conferência teve uma grande cobertura midiática. De repercussão internacional, a Eco-92 reuniu representantes de 172 países.
A solução encontrada foi a assinatura de importantes acordos ambientais. Algum deles foram a Agenda 21; a Convenção do Clima e a Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Veja também: ECO-92: o que foi a conferência e quais foram seus principais resultados?
Rio +20 (2012)
É conhecida também como Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável. Foi realizada na cidade do Rio de Janeiro e tivemos a reunião de 193 representantes políticos.
Foi bastante criticada por não ter estabelecido metas concretas para a redução de poluentes, e houve uma avaliação das políticas ambientais adotadas mundialmente. No fim, o evento produziu um documento final intitulado “O futuro que queremos”.
COP 27 (2022)
Em sua 27ª edição, a COP27 aconteceu nos dias 6 e 18 de novembro em Sharm El Sheikh, no Egito. Nas discussões da conferência, tivemos a participação de 198 países-membros. Um importante debate foi acerca do cumprimento das regras do Acordo de Paris.
Como resultado, houve a criação do Fundo de Perdas e Danos. O intuito é ter um fundo de ajuda para países vulneráveis se recuperarem de desastres climáticos.
O desaparecimento de cidades
Veja também nossos vídeos sobre as organizações internacionais!
Depois de muitas conferências e acordos, ainda é preciso agir. As mudanças climáticas, as catástrofes naturais e as consequências do aquecimento global já estão presentes no cotidiano de muitos.
Quer entender mais sobre o combate às mudanças climáticas? Confira o conteúdo do Projeto Direito ao Desenvolvimento: Como combater as mudanças climáticas? Conheça as metas do ODS 13!
Uma das mais alarmantes, no entanto, segue sendo o desaparecimento de cidades. Fica tranquilo, a Politize! te esclarece:
Efeito cascata:
As repercussões desses fenômenos climáticos estão fortemente relacionados, formando um efeito cascata.
O crescimento da emissão de gases do efeito estufa aumentou a temperatura média da Terra, o que ocasiona o derretimento dos pólos e geleiras.
Tal fato leva a elevação do nível dos oceanos pela expansão da água, que contribui para a inundação e desaparecimento de cidades litorâneas pelo mundo.
Essa cadeia relaciona-se diretamente também com a acidificação dos mares e destruição de ecossistemas marinhos.
Entendeu como tudo está ligado?
E se não agirmos rápido, dados do IPCC já alertam: o nível do mar pode ficar 1,3 metros acima da cota atual em 2100. Além disso, tais alterações climáticas como secas, enchentes, calor excessivo e tormentas irão tornar-se cada vez mais comuns.
Para esses casos, temos como exemplo o desastre das fortes tempestades que atingiram o Litoral Norte de São Paulo em fevereiro de 2023.
De acordo com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, foram registradas 64 mortes em São Sebastião e uma em Ubatuba em decorrência dos deslizamentos de terra e das chuvas.
As cidades em risco
Em agosto de 2021, a Praça de São Marcos, em Veneza, ficou inundada duas vezes fora do período comum. Esse fenômeno está ocorrendo com mais frequência desde 2019.
Em dezembro do mesmo ano, Simon Kofe fez um alerta à COP26. O ministro da Justiça, Comunicações e Relações Exteriores da ilha de Tuvalu discursou sobre o desaparecimento do território com água na altura dos joelhos. Em uma área antes seca, Kofe diz: “Estamos afundando, mas a mesma coisa está acontecendo com todos.”
As Ilhas Maldivas possuem cerca de 80% de sua extensão a menos de um metro acima do nível do mar. Dados do IPCC já mostraram que há possibilidade de, em 2050, o território não ser mais habitável.
No Brasil, a inundação pode afetar, principalmente, as regiões Norte e Nordeste. Essas regiões são mais suscetíveis às variações da maré, como Morro de São Paulo e Porto Seguro (BA). Além, também, do entorno da Baía de Guanabara (RJ), Macaé (RJ) e Laguna (SC).
Ademais, é preciso ficar atento também no risco de contaminação de solos agrícolas com água salgada e dos perigos para as grandes instalações, como aeroportos e portos.
Nesse caso, é necessário atencão especial para pequenas ilhas e comunidades árticas, que já podem estar sentindo tais efeitos.
De acordo com o CEO e presidente da Climate Central, Benjamin Strauss, teremos uma imagem mais clara das mudanças, desaparecimento de cidades e inundações em 2050.
Veja mais: refugiados ambientais
O futuro
Para retroceder os grandes avanços do aquecimento global, são necessários esforços em diversos âmbitos.
É preciso recuperar áreas naturais, proteger rios e oceanos e reduzir drasticamente as emissões urbanas de gases estufa até 2050. Todas essas ações, em conjunto, estimulam a sociedade e o comércio a serem mais sustentáveis, além de impactarem todo o globo.
Ademais, todos os esforços dentro desse âmbito resultarão em impactos positivos para combatermos o desaparecimento das cidades pelo mundo.
Entendeu agora como nosso planeta está completamente conectado? Precisamos estar cada vez mais atentos às mudanças climáticas e aliados nesse movimento de transformação no mundo.
E você, sabia dessa relação? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe esse conteúdo com os seus amigos!