Responsável por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do país e berço da maior cidade da América Latina, a região Sudeste abriga os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Quer saber mais sobre a história da região que é a força econômica do Brasil? A Politize! preparou um material especial para você!
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O Sudeste do Brasil pré-colonial: como era antes de Cabral?
O povoamento da América do Sul aconteceu muito antes da chegada dos portugueses no Brasil. Antes de Cabral, os povos originários já eram os verdadeiros donos dessas terras.
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Como viviam os indígenas brasileiros no período pré-colonial?
O arqueólogo e pesquisador Eduardo Góes Neves destaca que:
“Os povos indígenas que habitam o continente Sul Americano descendem de populações que aqui se instalaram há dezenas de milhares de anos”.
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No Brasil, existem indícios de seres humanos desde 16.000 a.C. Aos poucos, com o aumento de homens dentro dos grupos, a dispersão dentro do território foi acontecendo. Foi ao longo desse processo que houve a diferenciação linguística e social que deu origem aos troncos Macro-Jê e Macro Tupi.
A partir do tronco Tupi que surgem as nações Tupi e Guarani, que tiveram um contato mais próximo com o homem branco. Na época, os tupis ocupavam a região mais costeira, que vai do Ceará a Cananeia, em São Paulo, passando por quase todo o litoral sudestino.
Já os Guaranis ocupavam o litoral Sul do país, adentrando também na região da bacia dos rios Paraná e Paraguai. Ambas nações eram parecidas em termos de costumes e, apesar da divisão geográfica, se ligavam por meio de parentescos.
E, por último, os Jês – chamados de tapuias pelos povos tupis-guaranis – ocupavam os territórios do interior do Sudeste e de parte do litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Dentro dessas vertentes linguísticas, segundo a doutora em História Social, Kalna Mareto Teao, na época que antecedeu a chegada dos portugueses, havia quase 1.200 idiomas indígenas distintos, divididos em 4 a 6 milhões de habitantes.
Os povos tupis, que eram o grupo dominante da época, viviam de caça, pesca, extrativismo e da agricultura, em um regime semi-sedentário. Nesse sentido, permaneciam em um mesmo local há cerca de quatro anos. Além disso, tinham preferência para regiões próximas de rios navegáveis, onde conseguiam obter solo fértil.
Suas aldeias, que eram chamadas de tabas, abrigavam centenas de pessoas e funcionavam como pequenas vilas compostas pelas ocas. Essas várias aldeias eram ligadas por trilhas e chegavam a unir também o litoral com o interior do país.
O exemplo mais famoso é Peabiru, que concentra uma rede de trilhas que liga o oceano Atlântico ao Pacífico, com 4 mil quilômetros de extensão.
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Quando as mudanças começaram?
Com a chegada dos colonos, o Sudeste brasileiro passou por mudanças econômicas, políticas e geográficas.
Durante as três primeiras décadas da colonização, o convívio entre os indígenas brasileiros e os colonos foi pacífico. Os portugueses se incorporaram, aprendiam e trocavam experiências com os nativos. Na época, a principal atividade era o escambo de pau-brasil.
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Com o crescimento da produção açucareira, isso mudou. Com a produção agrícola, a busca por mão de obra e a escravidão indígena começou.
Segundo a MultiRio, empresa pública ligada à Secretaria de Educação da Cidade do Rio de Janeiro, essa colonização acontecia de três formas:
- Baseada na força, praticada pelos colonos;
- Pela aculturação, evangelização e destribalização, praticada por jesuítas e outras ordens religiosas;
- Integração gradual do trabalhador indígena como assalariado, medida adotada por religiosos e leigos.
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Esses métodos foram utilizados de forma simultânea durante os séculos XVI e XVII. Além disso, os colonos se aproveitavam dos conflitos entre diferentes povos para fortalecer o processo de escravidão. Esses conflitos geralmente envolviam questões culturais e territoriais.
Isso não impediu que movimentos de resistência se formassem. Um exemplo disso foi a Confederação dos Tamoios, revolta que envolveu líderes indígenas do Norte do litoral de São Paulo e do Norte do litoral do Rio de Janeiro.
Aos poucos, com o crescimento do ciclo da cana-de-açúcar, centros urbanos e cidades portuárias foram criadas, pensando na exportação do produto para Europa. Além disso, a criação de cabeças de gado e a necessidade de espaço, a ocupação territorial avançou para dentro do país.
Com esse avanço, novos materiais foram descobertos para a exportação, como o guaraná, salsa, canela e principalmente o ouro. O historiador especialista no período colonial, Anthony John R. Russell-Wood, destaca que:
No século XVII, à medida que os bandeirantes penetravam cada vez mais no interior do Brasil em busca de escravos índios e de metais preciosos, relatos de Paranaguá, Curitiba, São Vicente, Espírito Santo e Pernambuco convenceram a coroa da riqueza mineral potencial da América portuguesa.
Essa nova commodity gerou uma nova expansão territorial, principalmente na região de Minas Gerais.
É importante ressaltar que a escravidão indígena não aconteceu como um fato isolado. Simultaneamente, a história brasileira foi sendo marcada pela escravidão africana, que teve início no século XVI.
Com a defesa dos jesuítas pelos direitos dos indígenas e a necessidade de ainda mais mão de obra, o tráfico de africanos para o território brasileiro perdurou por mais de 300 anos.
Entre os séculos XVI e XIX, cerca de 11 milhões de pessoas foram trazidas a força para as Américas. Cerca de um terço desse número tinha como destino o Brasil. No Sudeste, desembarcavam no Rio de Janeiro e em São Vicente.
Inicialmente, trabalhavam no litoral, no corte de pau-brasil, depois nos engenhos de cana-de-açúcar. Mais tarde, o trabalho escravo foi implementado no interior do território brasileiro, trabalhando na mineração, criação de gado, cultivo de cacau, serviço doméstico e outros.
Segundo o Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, os africanos foram altamente responsáveis pela criação da cultura brasileira:
Várias das técnicas de cultivo, de criação de gado, e de mineração do ferro foram ensinadas pelos africanos aos portugueses, além da evidente influência linguística e religiosa, o que nos permite dizer que o africano também foi um elemento civilizador do Brasil.
Aprofunde-se: Você conhece a história da escravidão indígena no Brasil?
A organização política do Sudeste colonial
Durante o processo de colonização, o território ocupado pelos portugueses foi dividido em um sistema conhecido como “capitanias hereditárias”, implementado pelo rei Dom João II.
Na época, o principal objetivo foi consolidar a presença portuguesa no Brasil, controlando as invasões que aconteciam no território, e conceder terras para os colonos povoadores.
No total, o Brasil colonial foi dividido em 15 capitanias que foram entregues para administração de pequenos nobres portugueses, chamados de donatários. Martim Afonso foi o primeiro donatário da capitania de São Vicente.
O sistema não durou muito. Em 1549, a Coroa Portuguesa enviou Tomé de Souza para o Brasil e implementou o governo-geral.
Três cargos essenciais foram criados na colônia: provedor-mor, capitão-mor e ouvidor, equivalentes aos atuais Ministros das Finanças, Defesa e Justiça. Assim, começava a se formar um Estado no Brasil, sob a administração de Portugal.
Ao mesmo tempo, a colônia era subordinada à metrópole, que se beneficiava exclusivamente de todas as suas atividades econômicas.
Leia mais: Como era a economia colonial?
Durante o século XVII, com a necessidade de um controle maior sobre as atividades de mineração, a capital brasileira saiu de Salvador e foi para a cidade do Rio de Janeiro.
Assim, o sistema de governo-geral dura até que a Coroa Portuguesa começa a se enfraquecer:
- No contexto histórico brasileiro, estavam acontecendo diversos eventos como: a Revolta de Beckman, a Guerra dos Emboabas, a Guerra dos Mascates, a Rebelião de Vila Rica, a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana;
- Já na Europa, a queda do Antigo Regime culmina na transferência da família real para o Brasil em 1808;
- 14 anos depois da vinda da família real para o Brasil, transformações econômicas, sociais e culturais ampliaram a autonomia brasileira, levando à declaração da Independência do Brasil por Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822.
Período pós-colonial: o protagonismo de uma região
Mais de 200 anos depois do grito de Independência dado por Dom Pedro I, o Sudeste brasileiro mudou muito. Para entender a verdadeira história da região, é preciso observar os aspectos políticos, econômicos e sociais que formam o que é conhecido hoje.
O Sudeste e a Monarquia Brasileira
O Sudeste desempenhou um papel fundamental na Independência do Brasil. Além de ter a cidade do Rio de Janeiro como capital, que era o palco do cenário político da época, Dom Pedro I contou com o apoio das elites rurais brasileiras para se tornar imperador.
A monarquia brasileira durou mais de 60 anos e foi dividido entre Primeiro Reinado (Dom Pedro I) e Segundo Reinado (Dom Pedro II). Durante esse período, as diversas mudanças econômicas influenciaram no desenvolvimento dos Estados.
Como estava São Paulo?
- A principal atividade econômica era a produção de cana-de-açúcar até meados do século XIX, quando a cultura cafeeira assumiu o protagonismo;
- Em 1850, com a proibição do tráfico negreiro e a política do branqueamento (baseado no mito da democracia racial), foi preciso encontrar um substituto para a mão de obra. Assim, o governo brasileiro passou a incentivar a imigração de europeus, principalmente italianos, portugueses, espanhóis e árabes;
- Em 1867, foi inaugurada a São Paulo Railway, que realizava o carregamento dos grãos de café que eram transportados até o porto de Santos e teve grande influência no crescimento do Estado.
- Como estava Minas Gerais?
- Com o esgotamento das jazidas de ouro, a população saiu dos núcleos urbanos e começaram a criação de fazendas em todo o estado;
- Também era destino de imigração, mas com menor volume que outros estados;
- Suas políticas públicas de imigração não visavam a mão de obra para grandes fazendeiros e sim uma colonização do território;
- Embora também existissem a produção de café, o foco da economia mineira era a agropecuária.
Como estava o Rio de Janeiro?
- Assim como São Paulo, a base da economia do Rio de Janeiro era a produção cafeeira;
- Como capital, houve grande crescimento de núcleos educacionais;
- Essa situação durou até 1888, com o fim da mão de obra escrava. Com a falta de mão de obra e o esgotamento do solo, a aristocracia foi empobrecendo.
Como estava o Espírito Santo?
- Assim como os outros estados, foi fortemente influenciada por imigrantes, mas dessa vez alemães;
- Também cresceu com a produção cafeeira, mas, ao contrário do Rio de Janeiro, não pereceu tanto com a abolição da escravidão, já que sua economia se baseava na pequena propriedade agrícola.
O Sudeste e a República Brasileira
A partir de novembro de 1889, o Brasil deixou de ser uma monarquia para se tornar uma República. Chamada de República Velha, foi nessa época que a região Sudeste assumiu a sua posição de protagonista.
O seu crescimento econômico coincide com a criação de uma política que permitiu que o poder alternasse entre políticos mineiros e paulistas, conhecida como “Café com Leite“.
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Em São Paulo, a presença de imigrantes e a mistura cultural favoreceu a criação de uma identidade e de uma força paulista. Até hoje, o último chefe de Estado a chegar à presidência sem ganhar no estado foi Juscelino Kubitschek, o que demonstra a influência do poder econômico e político paulista.
Na época da Primeira República também ficou registrada a chegada da imigração japonesa no Brasil.
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O Sudeste na Era Vargas
Durante a Era Vargas, o Sudeste do Brasil foi fundamental para grandes mudanças econômicas, sociais e políticas. A Revolução Constitucionalista de 1932, embora derrotada militarmente, acelerou a promulgação de uma nova Constituição em 1934.
Além disso, a industrialização, impulsionada por Getúlio Vargas, consolidou São Paulo e Rio de Janeiro como centros industriais. Houve intensa urbanização, com migração para as cidades em busca de trabalho.
Vargas centralizou o poder e instituiu a CLT, ampliando os direitos trabalhistas, o que levou a sindicatos e greves nas capitais. Culturalmente, houve um florescimento artístico notável, com destaque para o modernismo em São Paulo e a efervescência cultural no Rio de Janeiro.
Em Minas, o Manifesto dos Mineiros demonstrou insatisfação e pediu o fim do Governo Vargas.
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O Sudeste na Ditadura Militar
Durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), o Sudeste foi cenário de transformações econômicas e políticas. São Paulo, como principal polo industrial, atraiu investimentos estrangeiros e foi símbolo do “milagre econômico“. Mas, ao mesmo tempo, foi palco de intensa repressão.
Nos outros estados da região não foi diferente. Mesmo com as suas diferenças culturais e comportamentais, todos sentiram o impacto de uma era de censura.
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Assim, apesar do desenvolvimento desigual e da violência militar, surgiram movimentos de resistência na região, desafiando o autoritarismo e buscando mudanças democráticas.
O Sudeste na redemocratização
Durante a redemocratização do Brasil na década de 1980, o Sudeste foi crucial, com São Paulo e Rio de Janeiro sediando grandes manifestações do movimento Diretas Já, que exigiam eleições diretas e o fim da ditadura.
Já Minas Gerais contou com lideranças políticas influentes, e o Espírito Santo participou ativamente de movimentos civis e sindicais, consolidando o Sudeste como fundamental na transição democrática do país.
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Como é a região de hoje?
O Sudeste do Brasil é uma região de grande influência política, concentrando mais de 40% da população brasileira e sendo a região com o maior acúmulo de capital.
Geograficamente, a região é diversa, com vastas redes hidrográficas, cadeias montanhosas e belas áreas costeiras. Culturalmente, o Sudeste é um caldeirão de influências, abrigando grandes comunidades de imigrantes e uma rica diversidade étnica.
Bairro da Liberdade, em São Paulo. Imagem: Almeida Rocha / Folhapress
Grande exemplo disso é que, atualmente, o bairro da Liberdade, em São Paulo, uniu a tradição asiática e o turismo, tornando-se um dos pólos mais visitados na cidade símbolo da diversidade cultural brasileira.
Além disso, a imigração de latino-americanos, árabes e europeus adicionou novas influências. Segundo a Agência Brasil:
Entre 2000 e 2015, foram registrados 879.505 imigrantes no Brasil, dos quais 367.436 apenas no estado paulista.
Em resumo, o Sudeste é um grande exemplo das complexidades e potencialidades do Brasil contemporâneo, onde tradição e modernidade coexistem.
Qual sua opinião sobre o assunto? Conta pra gente nos comentários!
Referências:
- Agência Brasil: Imigrantes estão distribuídos pelo interior do Brasil, mostra pesquisa;
- Arquivo do Estado de São Paulo: Café, ferrovias e crescimento populacional;
- As Minas Gerais: A metamorfose de Minas.
- BBC: Caminho de Peabiru: a fascinante rota indígena que conecta o Atlântico ao Pacífico;
- BNDES: Região Sudeste – Recuperando para Desenvolver;
- Brasil Escola: História Econômica da Região Sudeste;
- CEDEFES: Povos Indígenas em Minas Gerais;
- CESAD: Culturas e História dos Povos Indígenas;
- Educa Mais Brasil: Confederação dos Tamoios;
- G1: Censo do IBGE: Sudeste é a região que mais ganhou população; veja a distribuição pelo Brasil;
- G1: Urna de Povos Pré-Coloniais é Encontrada em MG: Conheça os Indígenas que Viveram na Região Há Dois Séculos;
- Gov.br: Constituição de 1824;
- Gov.br: Família Real, Ouro e Café Impulsionaram o Desenvolvimento da Região Sudeste;
- Instituto Mirim: Línguas Indígenas: Troncos e Famílias;
- MultiRio: Escolas Indígenas;
- MultiRio: Índios e Portugueses: O Encontro de Duas Culturas;
- MultiRio: Sociedades Indígenas Brasileiras no Século XVI;
- MultiRio: Sociedades Indígenas;
- National Geographic Brasil: O que aconteceu em 22 de Abril? Veja 7 Fatos Sobre a Chegada dos Portugueses ao Brasil em 1500;
- Politize!: 7 de Setembro: Independência do Brasil;
- Politize!: Aculturação;
- Politize!: As civilizações pré-colombianas e o desenvolvimento da América;
- Politize!: Capitanias Hereditárias;
- Politize!: Companhia de Jesus;
- Politize!: Era Vargas;
- Politize!: Guerra dos Emboabas;
- Politize!: Guerra dos Mascates;
- Politize!: Heranças e Manifestações Culturais Indígenas no Brasil;
- Politize!: Monarquia e República: Qual a Diferença?;
- Politize!: Pau-Brasil;
- Politize!: Proclamação da República;
- Politize!: 1808: A Corte Portuguesa no Brasil;
- RUSSELL-WOOD, A. J. R. O Brasil colonial: o ciclo do ouro, c. 1690-1750. In: BETHEL, Leslie (Org.). América Latina colonial. Trad. Mary A. L. de Barros & Magda Lopes. S. Paulo: Edusp/FUNAG, 1999, pp. 471-525 (Apresentação: Beatriz Robaina Virmond e Evandro Ferreira Florscuk).
- Socioambiental: Línguas Indígenas no Brasil;
- Super Interessante: O Brasil Antes de Cabral;
- TRE MG: História e Memória: Manifesto dos Mineiros – Uma Carta Contra a Ditadura Vargas;
- UOL Educação: Índios: O Brasil Antes do Descobrimento;
- USP: OS ÍNDIOS ANTES DE CABRAL – ARQUEOLOGIA E HISTÓRIA INDÍGENA.