Richard Nixon foi o 37º presidente dos Estados Unidos, ocupando o cargo entre 1969 e 1974. Representante do Partido Republicano, sua carreira política é marcada por uma participação ativa no cenário norte-americano, bem como medidas controversas e a primeira – e única – renúncia à presidência já enfrentada pelo país.
Vem com a Politize! que te explicamos mais sobre a vida e a política de Nixon!
Quem foi Richard Nixon?
Richard Milhous Nixon nasceu no dia 9 de janeiro de 1913 em Yorba Linda, no estado da Califórnia, Estados Unidos. Segundo filho do total de cinco irmãos, Nixon enfrentou desde muito jovem dificuldades financeiras com sua família.
Richard Nixon construiu uma longa carreira como advogado e também como militar da Marinha. Foi Tenente Jr. da Reserva Naval dos Estados Unidos, concluindo a Escola de Treinamento Naval, serviu à instituição em diferentes cidades.
Nixon também foi recompensado com duas Cartas de Louvor, uma delas em razão de seu trabalho na Segunda Guerra Mundial, quando, em seguida, se filiou ao Partido Republicano e passou a traçar sua carreira política.
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A carreira política de Richard Nixon
Participante ativo do Partido Republicano dos Estados Unidos, Richard Nixon ocupou diferentes cargos eletivos ao longo de sua trajetória política. No ano de 1946, Nixon obteve sua primeira vitória eleitoral ocupando um cargo no Congresso, onde atuou no Comitê de Educação e Trabalho e concretizou sua liderança republicana.
Restringindo o papel político dos sindicatos e comandando diferentes investigações de caráter anticomunista, Nixon foi reeleito ao cargo em 1948.
Sob a bandeira de conter possíveis avanços do comunismo ao redor do mundo, Richard Nixon se candidatou para o Senado, assumindo a nova posição em 1950 e afirmando papel de destaque na política dos Estados Unidos e do cenário internacional desse período.
No ano de 1952, assumiu a corrida eleitoral à vice-presidência, acompanhando o general Dwight Eisenhower para a presidência dos Estados Unidos, onde saiu vitorioso. No cargo de vice-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon ocupou o lugar de presidente do Conselho de Segurança Nacional, atuando diretamente no contexto da Guerra Fria.
Nos anos seguintes, após receber bastante atenção da imprensa nacional e internacional, ele tentou se eleger para o cargo de presidente. Em 1960, acabou perdendo as eleições para John F. Kennedy.
Nixon e a presidência dos Estados Unidos
Em 1968, defendendo as máximas da tradição e o retorno aos valores conservadores, Nixon concorre novamente à eleição para presidente. Em meio ao acirramento da Guerra Fria e dos conflitos adjacentes a ela, assume a presidência dos Estados Unidos.
Em seu primeiro mandato presidencial, Nixon lidou com muitas críticas da população à continuidade da Guerra do Vietnã e com uma crescente inflação, levando à alta de preços de itens básicos, como produtos alimentícios.
Foi responsável por viagens políticas para a China e a extinta URSS em um momento de disputa ideológica entre capitalismo e socialismo. Criou o plano SALT I (Tratado de Limitação de Armas Estratégicas), com a intenção de limitar a produção de armas nucleares em todo o mundo e o Plano de Assistência à Família, para minimizar a crise econômica em seu país.
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Estava na presidência quando Neil Armstrong, engenheiro aeroespacial americano, tornou-se o primeiro homem da história a pisar na Lua.
Em 1969, retirou os Estados Unidos da Guerra do Vietnã, e em 1973 ofereceu auxílio às tentativas de acordo de paz na região do Oriente Médio, na Guerra de Yom Kippur.
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Antes do escândalo de Watergate, Nixon foi amplamente reconhecido por sua habilidade diplomática e por suas políticas externas estratégicas, sendo reeleito com grande apoio popular. No entanto, o escândalo acabou ofuscando parte de seu legado.
Todavia, após sair da carreira política eletiva, Nixon seguiu como uma figura importante para seu país, escrevendo livros, fazendo palestras e demonstrando apoio a outras personalidades do Partido Republicano.
O “choque de Nixon”
Em 1971, sob o contexto de crise econômica estadunidense, Nixon lançou um pacote de medidas econômicas responsáveis por transformar, em consequência, a economia mundial existente até aquele momento.
Com o objetivo de conter a inflação em seu país e fornecer melhorias econômicas à população dos Estados Unidos, Nixon retirou o dólar, moeda de seu país, do padrão ouro, medida criada em ao final da Segunda Guerra Mundial.
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Nesse mesmo contexto, durante a reunião de Bretton Woods, em 1944, as principais potências mundiais se juntaram para pensar em formas de reconstruir a economia dos países afetados pelas catástrofes da Segunda Guerra Mundial.
Além da criação do BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) e do FMI (Fundo Monetário Internacional), o acordo de Bretton Woods lastreou o dólar aos recursos em ouro, o que colocou os Estados Unidos na posição de principal colaborador em transações financeiras de diversos países.
A partir do momento em que Nixon desvinculou a moeda de seu país do padrão internacional, aliada às medidas de taxação em 10% de produtos importados e congelamento de preços e salários, o ex-presidente passou a sincronizar a inflação dos Estados Unidos.
Entretanto, tal medida não agradou os países que se tornaram dependentes do dólar durante os anos pós Segunda Guerra, fator responsável por criar uma das principais rachaduras na imagem de Nixon com seus parceiros internacionais.
A decisão de Nixon de desvincular o dólar do padrão ouro teve um impacto significativo na economia global. Isso foi importante para dar maior flexibilidade ao governo norte-americano no combate à inflação, por outro lado, a medida contribuiu para a crise do petróleo de 1973 e a estagflação nos EUA.
O escândalo de Watergate
Ao final de seu primeiro mandato, Nixon se envolveu no caso Watergate, onde o seu comitê de campanha para reeleição à presidência foi responsável por utilizar fundos de um caixa secreto para espionagem da sede do Comitê Nacional Democrata, em Washington D.C.
No dia 17 de junho de 1972, houve a invasão do local democrata, com o roubo de documentos e colocação de escutas no ambiente. Naquele momento, Nixon não assumiu sua participação no escândalo e acabou sendo reeleito no ano de 1973.
No entanto, seu segundo mandato foi marcado pelas consequências de Watergate, levando a uma série de denúncias a seus aliados e a renúncia de Nixon do cargo.
Impossibilitado de manter sua reputação e perdendo o apoio da população, em 9 de agosto de 1974, Nixon renunciou ao cargo. O seu vice-presidente, Gerald Ford assumiu a presidência e concedeu à Nixon o ato de perdão político.
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Interferências diplomáticas na América Latina
O governo de Nixon, inserido no contexto da Guerra Fria, também foi marcado pela interferência em países, com intuito de impedir o avanço do socialismo ao redor do mundo, assim como outros presidentes do EUA durante o período.
Durante a revelação de vários documentos do Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos, foi descoberta a estratégia de intervenção no Chile, durante o período em que Salvador Allende esteve no poder.
Fundador do Partido Socialista no Chile, Allende foi eleito na década de 1970, não completando seu mandato. Em 1973, a democracia chilena sofreu um golpe, iniciando um longo processo de 17 anos de ditadura no país, liderado pelo general Augusto Pinochet.
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Nixon faleceu em 22 de abril de 1994, deixando um legado político provocante para a história dos Estados Unidos e importante para compreender as demais transformações históricas de sua época.
E aí, já conhecia a história de Richard Nixon? Deixe suas dúvidas e opiniões nos comentários!
Referências:
- BBC – Inflação: o que foi o ‘choque de Nixon’, estratégia fracassada para conter preços nos EUA
- Correio Braziliense – Há 50 anos, Richard Nixon renunciava à presidência dos EUA após escândalo
- DW – Watergate, o escândalo que virou marca
- El País – EUA reavaliam a polêmica figura de Nixon 40 anos após a sua renúncia
- El País – Golpe de Estado no Chile: Richard Nixon: “Se houver uma forma de desbancar Allende, é melhor fazer isso”
- Richard Nixon Presidential Library and Museum – President Nixon
- SANTOS, Gabriela Bertole dos. A Influência do poder norte-americano do governo Nixon no desenvolvimento do sistema financeiro internacional. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Relações Internacionais) – Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, Osasco, 2021.
- Yale Insights – How the ‘Nixon Shock’ Remade the World Economy
