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Quem nunca perdeu tempo em uma fila no trânsito? Esse é certamente um dos problemas mais democráticos do nosso país: afeta igualmente a ricos e pobres. Não importa se você está de ônibus, ou em uma Ferrari, a maior parte dos moradores de cidades brasileiras de médio e grande porte perdem um precioso tempo da sua vida tentando se deslocar dentro de sua cidade. Esse é um problema que deve ser enfrentado pelos nossos prefeitos e vereadores, os quais escolheremos nas eleições de 2016, por isso vale a pena entender os problemas mais comuns da mobilidade urbana e como solucioná-los.
Excesso de veículos

Mais do que apenas causar irritação, estresse e cansaço nas pessoas, o trânsito atravancado causa prejuízos de ordem social e econômica. Os engarrafamentos têm seu custo, afinal o tempo gasto neles poderia ser utilizado em atividades mais produtivas. Estima-se que apenas os congestionamentos de São Paulo e do Rio custem R$ 98 bilhões por ano, tanto pela perda de produção não concretizada, quanto pelos gastos adicionais com combustível. Calcula-se também que os moradores de grandes cidades passem, em média, praticamente um mês inteiro todos os anos dentro de um automóvel.
Trânsito violento

Além dos impactos econômicos causados pelo desperdício de tempo, existe também uma faceta mais perversa do trânsito: a violência. Ainda pior do que perder seu tempo no trânsito é perder sua própria vida, ou sua saúde e bem-estar. Os números de mortos e feridos em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil se equiparam a alguns dos piores conflitos da atualidade. Os dados mais recentes demonstram que morrem anualmente no trânsito brasileiro cerca de 40 mil pessoas. O número de feridos é ainda maior: em 2013, foram 170 mil.
Toda essa carnificina, evidentemente, possui um custo enorme para o nosso já defasado Sistema Único de Saúde (SUS): são cerca de R$ 200 milhões gastos apenas nas internações de feridos em acidentes. O custo total dos acidentes de trânsito está estimado em cerca de R$ 40 bilhões anuais.
As maiores vítimas são as partes mais vulneráveis: pedestres, ciclistas e motociclistas. As causas para tantos acidentes? Excesso de velocidade, embriaguez ao volante, cansaço e outros hábitos imprudentes dos motoristas explicam 90% das fatalidades (seria esse o termo mais apropriado?).
Transporte coletivo precário

Foto: Arquivo SMCS/ Fotos Públicas (29.01.2016)
Para convencer as pessoas a deixar o carro em casa, é preciso demonstrar as vantagens das alternativas. O transporte coletivo das cidades brasileiras, entretanto, ainda oferece poucas vantagens em relação ao automóvel. É uma opção de deslocamento mais barata, de uma forma geral. Muita gente também não gosta de dirigir um carro, porque envolve muita atenção e gera stress. Mas também se perde mais tempo dentro de um ônibus, além de que ele oferece muito menos conforto que um carro.
Vias precárias
Como se não bastassem a imprudência de motoristas (e também de outros envolvidos no trânsito, como pedestres e ciclistas), ainda temos que lidar com a precariedade de grande parte das vias públicas urbanas. Não raro as calçadas não garantem acessibilidade, são muito estreitas, e muitas vez sequer existem. As ruas são esburacadas e mal sinalizadas. Esses são apenas alguns dos problemas mais comuns encontrados em qualquer grande cidade brasileira.
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