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Brasil Império: Período Regencial, a era de revoltas

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O Brasil Império (período regencial) foi um período de transição política no Brasil, que durou de 1831 à 1840. Foi caracterizado pela ausência de um monarca no trono e pela formação de regências para governar o país.

Momento de aclamação de D. Pedro II após o período regencial. (Imagem: Wikimedia)

Durante esse período, ocorreram cinco conflitos políticos-sociais importantes: a revolução Farroupilha, a revolta de Malês, a Balaiada, a Sabinada e a Cabanagem. É esse tema que a Politize! vai abordar nesse texto. Continue lendo!

Brasil Império e a revolta de Cabanagem

A Revolta da Cabanagem foi um episódios importantes da história do Brasil, ocorrido na província do Grão-Pará, entre os anos de 1835 e 1840. Foi uma revolta popular de caráter separatista, liderada por cabanos, que eram em sua maioria pessoas pobres, indígenas, negros e mestiços.

A revolta teve início devido às condições precárias de vida da população local, que sofria com altos impostos, abusos das autoridades locais e falta de representatividade política. Além disso, a província do Grão-Pará era negligenciada pelo governo central, agravando ainda mais as desigualdades sociais e econômicas.

Como aconteceu a rebelião?

Os cabanos se organizaram e iniciaram uma rebelião armada contra o governo imperial. Eles tomaram o controle da capital Belém e estabeleceram um governo provisório, com a intenção de promover mudanças sociais e políticas em benefício dos mais pobres. Os Cabanos recebiam esse nome porque viviam em cabanas em situação preacária e a Revolta visava a melhoria da condição de vida da população local.

Durante a revolta, ocorreram confrontos violentos entre os cabanos e as forças imperiais. A população civil também foi afetada, sofrendo com saques, incêndios e outras formas de violência. A revolta se espalhou por várias regiões da província, envolvendo tanto áreas urbanas quanto rurais.

Apesar das conquistas iniciais dos cabanos, a revolta foi duramente reprimida pelas forças imperiais. O governo central enviou tropas para sufocar a rebelião e retomar o controle da região. Os combates foram intensos e resultaram em aproximadamente 30 mil mortes na capital e no interior da Província

Legado da Cabanagem

Após cinco anos de conflitos, a revolta foi controlada pelas forças imperiais. Os líderes cabanos foram presos, exilados ou executados. A repressão aos cabanos foi severa, com muitos sendo perseguidos e punidos mesmo após o fim da revolta.

A Revolta da Cabanagem deixou um legado significativo na história do Brasil. Ela evidenciou as profundas desigualdades sociais e econômicas existentes no país na época, além de ter destacado a luta por direitos e justiça social por parte das camadas mais pobres da população.

Guerra dos Farrapos

A Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, foi um conflito armado que ocorreu no sul do Brasil entre os anos de 1835 e 1845. Foi uma revolta de caráter separatista liderada pelos farrapos, que eram os rebeldes gaúchos.

A revolução teve início devido a uma série de descontentamentos por parte dos gaúchos em relação ao governo central. A região sul do Brasil enfrentava problemas econômicos, como altos impostos sobre a produção agrícola e o monopólio comercial imposto pelo governo imperial. Além disso, havia insatisfação com a falta de representatividade política e a centralização do poder nas mãos das elites do Rio de Janeiro.

A organização dos Farrapos

Os farrapos se organizaram e iniciaram um movimento armado contra o governo imperial. Eles proclamaram a República Rio-Grandense e estabeleceram um governo provisório na cidade de Piratini, com o objetivo de conquistar autonomia política e econômica para a região.

Durante a revolução, ocorreram diversos confrontos entre os farrapos e as tropas imperiais. A guerra foi marcada por batalhas sangrentas e estratégias militares, que contava com táticas de guerrilha, usadas pelos farrapos, que dificultavam muito as ações das tropas imperiais, além do apoio de tropas argentinas aos guerrilheiros. Os farrapos contaram com o apoio de parte da população local, incluindo escravos libertos e indígenas.

A revolução também teve reflexos sociais importantes. Os farrapos promoveram medidas como a abolição da escravidão em seu território e a criação de leis trabalhistas mais justas. Além disso, a revolução despertou o sentimento de identidade regional no sul do Brasil, fortalecendo a cultura gaúcha e reforçando a ideia de uma região com interesses próprios.

O fim da Revolta

Após dez anos de conflito, a Revolução Farroupilha chegou ao fim com a assinatura do Tratado de Ponche Verde. O governo imperial concedeu anistia aos farrapos e reconheceu algumas reivindicações dos rebeldes, como a redução dos impostos sobre a produção agrícola.

A Revolução Farroupilha evidenciou as tensões entre as diferentes regiões do país e as desigualdades econômicas e políticas existentes. Além disso, a revolução contribuiu para o fortalecimento da identidade gaúcha e para o desenvolvimento de um senso de autonomia regional.

Saiba mais: Guerra dos Farrapos: revolução ou revolta?

A Revolta de Malês

A Revolta dos Malês foi ocorreu em 1835, na cidade de Salvador, Bahia. Foi uma revolta liderada por escravos muçulmanos africanos, conhecidos como Malês.

A revolta teve origem nas condições de opressão e exploração vividas pelos escravos na época. Os Malês eram escravos provenientes de diferentes regiões da África, principalmente da região do Sudão. Eles mantinham suas tradições culturais e religiosas, praticando a religião islâmica em segredo.

Os Malês se organizaram e planejaram uma rebelião com o objetivo de conquistar a liberdade e abolir a escravidão. Eles utilizaram estratégias como a comunicação por meio de mensagens escritas em árabe e a realização de reuniões secretas para planejar o levante.

No dia 25 de janeiro de 1835, os Malês iniciaram a revolta. Eles saíram às ruas de Salvador armados com facões, lanças e outros instrumentos improvisados.

Repressão dos Malês

A revolta de Malês foi rapidamente reprimida pelas autoridades locais e pelas forças imperiais. O governo imperial enviou tropas para conter a rebelião, resultando em confrontos violentos nas ruas de Salvador. Os Malês foram derrotados e muitos foram presos, executados ou deportados.

A revolta dos Malês evidenciou as tensões raciais e sociais existentes, além de revelar a resistência dos escravos em busca da liberdade. A revolta também levou a um aumento na repressão aos escravos e à intensificação do controle sobre as práticas culturais e religiosas africanas.

A Revolta dos Malês é reconhecida como um marco na luta contra a escravidão e na preservação das tradições culturais africanas no Brasil. Ela é estudada como parte da história da resistência negra e da luta por igualdade racial no país.

Leia também: Revolta dos Malês: entenda a história em 6 minutos!

A Balaiada

A Revolta da Balaiada foi um movimento de resistência popular ocorridos no Brasil durante o período imperial. Ocorreu entre os anos de 1838 e 1841, na região do Maranhão, principalmente nas cidades de Caxias e São Luís.

A revolta teve início devido às condições de opressão e exploração vividas pela população mais pobre do Maranhão. A região enfrentava problemas sociais e econômicos, como a concentração de terras nas mãos de poucos latifundiários, a falta de oportunidades de trabalho e o aumento dos impostos sobre os produtos básicos.

Duque de Caxias liderou tropas do Império que reprimiram o levante – Pintura de Johann Moritz Rugendas

O Estopim da Revolta

O estopim da revolta foi a imposição de um novo imposto sobre o comércio de balaios, que eram cestos utilizados pela população local. Esse imposto afetou diretamente os mais pobres, que dependiam da venda desses produtos para sobreviver.

Os revoltosos se organizaram, principalmente camponeses, escravos, indígenas e até mesmo alguns membros da elite local descontentes com o governo imperial. Eles lutavam por melhores condições de vida, redução dos impostos e igualdade social.

Durante a revolta, ocorreram diversos confrontos armados entre os revoltosos e as forças imperiais. Os rebeldes adotaram táticas guerrilheiras, utilizando emboscadas e ataques surpresa contra as tropas do governo. A luta foi marcada por batalhas sangrentas e pela repressão violenta às lideranças populares.

A revolta só foi controlada após a intervenção das tropas imperiais lideradas pelo então coronel Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias. As tropas imperiais reprimiram violentamente a revolta, capturando e executando diversos líderes rebeldes.

O impacto causado pela Balaiada

Apesar da derrota militar, a Revolta da Balaiada teve impactos significativos na história do Brasil. Ela evidenciou as desigualdades sociais e econômicas existentes no país, além de demonstrar a resistência das camadas populares contra o governo imperial.

A revolta também contribuiu para a conscientização política e social da população maranhense, levando a uma maior participação popular nas discussões sobre os rumos do país. Além disso, a revolta resultou em algumas melhorias nas condições de vida da população mais pobre, como a redução dos impostos e a implementação de políticas sociais.

Acesse também: Exército brasileiro: estrutura e funções

A Sabinada

A Sabinada foi uma revolta ocorrida na Bahia, entre os anos de 1837 e 1838, durante o período do Império do Brasil. Foi liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha, também conhecido como Dr. Sabino.

A revolta teve início devido às insatisfações políticas e sociais que permeavam a província da Bahia na época. A população baiana estava descontente com o governo imperial, que impunha altos impostos, não atendia às demandas locais e mantinha o poder concentrado nas mãos de poucos.

Um movimento que ganhou força

O movimento ganhou força a partir da adesão de diferentes segmentos sociais, como comerciantes, profissionais liberais, militares e até mesmo escravos. O objetivo principal era a proclamação de uma república independente na Bahia, com autonomia política e econômica em relação ao governo imperial.

A Sabinada teve como um dos principais focos a cidade de Salvador. Os revoltosos tomaram o controle da cidade e estabeleceram um governo provisório, baseado nos ideais republicanos. Foram implementadas medidas como a abolição da escravidão e a redução dos impostos.

No entanto, a revolta enfrentou diversos desafios. O governo imperial não reconheceu o movimento e enviou tropas para reprimir a revolta. Além disso, houve divergências internas entre os líderes da Sabinada, o que enfraqueceu o movimento.

Fim do conflito e o início de um marco social

Após meses de confrontos e cerco militar à cidade de Salvador, as tropas imperiais conseguiram retomar o controle. Os líderes da Sabinada foram presos e muitos foram condenados à morte ou ao exílio.

A revolta teve reflexos na política brasileira. Após a Sabinada, houve um maior debate sobre as questões sociais e políticas no país, contribuindo para a consolidação de ideais republicanos e democráticos. Atualmente, a Sabinada é lembrada como um marco na história da Bahia e do Brasil, representando a busca por uma sociedade mais justa e igualitária.

O que voĉe achou de conhecer as revoltas ocorridas no período regencial? Deixe seu comentário.

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Conteúdo escrito por:
Pernambucana residente na Paraíba, Cientista Política e Estudante de Relações Internacionais. Administradora do Perfil Conservadorismo em foco. Apaixonada pela Política.

Brasil Império: Período Regencial, a era de revoltas

28 jun. 2024

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