O Dia Internacional do Cooperativismo 2017, celebrado no dia 1º de julho, trabalha o tema “Inclusão”. O tema se relaciona com os princípios cooperativistas de adesão democrática e aberta, gestão democrática e participação econômica dos membros.
Conheça mais sobre o movimento cooperativista:
O QUE É UMA COOPERATIVA?
Conforme a Lei 5.764, de 1971, que define a Política Nacional de Cooperativismo,
Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.
Portanto, percebe-se que uma das principais diferenças entre uma empresa capitalista e uma cooperativa é a ausência, nesta última, da maximização do lucro como fim da atividade econômica. Isso não significa que a cooperativa não terá nenhum ganho monetário, necessário para sua sustentabilidade, mas que não se submeterá à regra do lucro máximo de outros tipos de empreendimento, tendo perspectivas sociais e ecológicas, além da econômica.
Outra grande diferença entre os dois modelos de empresa, derivada da preocupação social existente nas cooperativas, é de que as diferenças nas quantias de retirada para distintas funções são muito menores nas últimas. Isto acontece porque o modelo de distribuição das sobras em uma cooperativa é decidido de forma democrática por todos os envolvidos, portanto, tendo cada membro direito a um voto, a probabilidade de se cometerem injustiças nessa distribuição são muito menores.
Quais são os princípios do cooperativismo?
São sete os princípios vigentes hoje, definidos pela Aliança Cooperativa Internacional:
1. Adesão livre e voluntária: as cooperativas são espaços abertos para qualquer pessoa apta a utilizar seus serviços, sem qualquer tipo de discriminação.
2. Gestão democrática: todos os membros participam da formulação de políticas e decisões na empresa, obedecendo ao princípio “um membro, um voto”.
3. Participação econômica: é dever de todo associado contribuir para o patrimônio da cooperativa, cuja utilização será decidida democraticamente.
4. Autonomia e independência: a cooperativa deve manter-se autônoma, ainda que realize parcerias ou recorra a capital externo.
5. Educação, formação e informação: a cooperativa deve contribuir para a educação, formação e informação tanto de seus associados como da sociedade em geral.
6. Intercooperação: as cooperativas devem trabalhar em conjunto para fortalecer seu movimento, nos níveis local, regional, nacional e internacional.
7. Interesse pela comunidade: devem ser realizadas políticas para o desenvolvimento da comunidade em que a cooperativa está inserida.
Leia mais: O que é democracia?
Há diferentes tipos de cooperativa?
Cada país reconhece as espécies de cooperativismo que melhor se ajustam às suas necessidades. No Brasil, há treze setores em que o cooperativismo atua: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte, turismo e lazer.
A ORIGEM DO COOPERATIVISMO
O cooperativismo do modo em que o conhecemos hoje, como empresa de economia solidária de maior escala (número mínimo de 20 pessoas físicas para sua formação, conforme a lei brasileira 5.764, de 1971), com princípios claros, começa a surgir na Inglaterra da Revolução Industrial, em fins do século XVIII.
Em 1844, foi fundada a primeira cooperativa formal, dos tecelões de Rochdale. Os associados consistiam em 27 homens e 1 mulher, fundando uma cooperativa de consumo, também chamada de “armazém cooperativo”. Em seguida, surgem cooperativas de crédito na Alemanha, que rapidamente se espalham pelo país e para o resto do continente europeu. Em meados do século XX se observou uma das maiores épocas de crescimento do cooperativismo: em 1946 havia 140 milhões de associados no mundo; em 1962, cerca de 1/3 da população global era associada a ao menos uma cooperativa.
COOPERATIVISMO NO BRASIL
O movimento cooperativista no Brasil surge no século XIX, a partir de uma insatisfação de alguns setores da sociedade, como funcionários públicos, militares, autônomos e trabalhadores em geral, que buscavam uma melhora de suas condições de vida. Percebe-se que o alcance do cooperativismo ao redor do mundo, especialmente nos Estados Unidos, com o qual o Brasil tinha relações próximas, repercutiu no país, dando origem inicialmente a cooperativas de consumo e de crédito. A Associação Cooperativa dos Empregados da Companhia Telefônica de Limeira, de São Paulo, ficou registrada como a primeira cooperativa oficial no Brasil, constituída em 1891.
O FUTURO DO COOPERATIVISMO: VISÃO 2020
O Ano Internacional das Cooperativas das Nações Unidas, celebrado em 2012, deu grande visibilidade a esse setor. A Assembleia Geral da Aliança Cooperativa Internacional aproveitou o momento para elaborar um Plano de Ação para a Década Cooperativa, chamado “Visão 2020”. O Plano prevê que até 2020 a forma cooperativa de negócios se torne:
- Líder reconhecido em sustentabilidade econômica, social e ambiental;
- O modelo preferido pelas pessoas;
- O tipo de empresa de mais rápido crescimento.
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Você acredita que essas metas ainda podem ser alcançadas? Já tinha ouvido falar em cooperativismo? Compartilhe conosco suas ideias acerca desse modelo de empresa!
Fontes: Lei 5.764/71; Sebrae; Sistema Ocemg; Portal do Cooperativismo Financeiro;
BENATO, João Vitorino Azolin. O ABC do Cooperativismo. São Paulo: Dinâmica Gráfica e Editora Ltda, 1994;
SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 1ª ed., 2002.