Coreia do Sul: história, política, economia e cultura

Publicado em:
Compartilhe este conteúdo!

A Coreia do Sul, oficialmente República da Coreia, é um país do leste da Ásia e ocupa a metade sul da Península Coreana. Sua capital, Seul, é um dos principais centros financeiros e culturais do mundo.

Com uma população de mais de 51 milhões de habitantes, a Coreia do Sul é um país densamente povoado e altamente urbanizado. A maioria de sua população reside em áreas urbanas, sendo Seul a maior metrópole, com cerca de 10 milhões de habitantes.

O país é conhecido por sua economia dinâmica e tecnologia avançada, sendo o berço de grandes empresas como Samsung, Hyundai e LG. A música pop, o cinema e as séries de televisão do país também têm alcançado públicos em todo o mundo, com o K-pop, por exemplo.

Quer conhecer mais a Coreia do Sul? Acompanhe este texto da Politize! para saber a história, geografia e política desse país.

História da Coreia do Sul

A história da Coreia do Sul é marcada pelo misto de experiências, que envolvem uma rica herança cultural e períodos de grande turbulência. 

A civilização coreana surgiu há milhares de anos com a integração dos reinos de Goguryeo, Baekje e Silla, conhecidos como os Três Reinos da Coreia. Esses reinos formaram a identidade cultural e política da península, consolidando tradições que perduram até hoje.

Em sua história, a península passou por diferentes governos monárquicos, além de ter resistido a invasões estrangeiras durante o século XIII. 

Durante o século XX, ainda não existia a divisão entre Coreia do Norte e Coreia do Sul. Nesse período, existia a península coreana, essencialmente agrária, dominada pelo Japão (1910–1945), que iniciou processo de exploração do território até meados do século XX.

Foi no contexto da Guerra Fria que o domínio japonês chegou ao fim e a península foi dividida em duas partes: 

  • Coreia do Sul, apoiada pelos Estados Unidos (bloco capitalista);
  • Coreia do Norte, apoiada pela antiga União Soviética (bloco socialista).

Em 1948, a Coreia do Sul declarou oficialmente sua independência e desencadeou a Guerra da Coreia.

A Guerra da Coreia (1950–1953) foi um dos conflitos mais sangrentos da Guerra Fria. Iniciou com a invasão das tropas da Coreia do Norte no território sul-coreano com objetivo de reunificar a península. Apesar do conflito ter sido encerrado em 1953, a guerra nunca terminou de fato, e a relação entre as duas Coreias permanece tensa nos dias atuais. 

Nesse contexto, a Coreia do Sul transformou-se em uma democracia liberal industrializada, classificada como um dos Tigres Asiáticos.

Saiba mais: O que são os Tigres Asiáticos?

Após a guerra, a Coreia do Sul passou por regimes militares e instabilidade política até os anos 1980, quando movimentos populares levaram à democratização do país. A volta das eleições diretas e a reformulação constitucional ocorreram em 1987 e 1988, iniciando o período conhecido como Sexta República sul-coreana.

Desde então, a nação tem experimentado crescimento econômico notável e se consolidado como uma democracia moderna, embora questões como corrupção e desigualdades sociais ainda desafiem seu sistema político.

Geografia da Coreia do Sul

A geografia da Coreia do Sul é diversificada, com montanhas, planícies costeiras e ilhas que formam paisagens únicas. 

O país está localizado no extremo leste da Ásia, ocupa a porção sul da Península Coreana, sendo banhado pelo oceano pacífico. A ilha de Jeju é uma das principais atrações turísticas e abriga o vulcão Hallasan, o ponto mais alto do território sul-coreano.

O relevo é predominantemente montanhoso, sobretudo no interior, com os Montes Taebaek cortando o país de norte a sul. Esse tipo de terreno não permite a cultivação de alimentos em larga escala. Os rios Nakdong, Geum e Hangang são os mais importantes, sendo responsáveis pelo abastecimento de água da Coreia do Sul.

O clima da Coreia do Sul é temperado, com invernos bem frios e secos e verões quentes e úmidos. No inverno, as temperaturas podem cair abaixo de 0 °C, com grande risco de nevascas, enquanto o verão é marcado por chuvas sazonais conhecidas como jangma. A combinação de relevo acidentado e clima variável também torna o país suscetível a desastres naturais, como tufões.

Além de sua geografia continental, a Coreia do Sul possui cerca de 3 mil ilhas, a maioria delas pequenas e desabitadas. A ilha de Jeju, em particular, é considerada uma das novas Sete Maravilhas Naturais do Mundo.

Imagem do mapa da Coreia do Sul.
Imagem: Significados.

Demografia da Coreia do Sul

A Coreia do Sul, cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é alto, possui mais de 51 milhões de habitantes, uma das nações mais densamente povoadas do mundo, com uma média de 527 habitantes por quilômetro quadrado

A população é amplamente concentrada em áreas urbanas, com cerca de 80% vivendo em cidades. As cidades com maior concentração de pessoas são: a capital, Seul; Pusan; Inch’on; Taegu; e Taejon.

A população sul-coreana é praticamente homogênea, com cerca de 98% pertencente à etnia coreana. No entanto, nos últimos anos, a presença de estrangeiros tem aumentado, especialmente de trabalhadores migrantes e estudantes internacionais. Isso tem trazido desafios relacionados à integração cultural, dado o histórico de homogeneidade da sociedade sul-coreana.

Um dos principais problemas demográficos enfrentados pelo país é a baixa taxa de natalidade, atualmente uma das menores do mundo. Isso reflete o alto custo de vida, pressões sociais e mudanças nos padrões familiares. A queda na taxa de natalidade, combinada com o aumento da expectativa de vida, está levando ao envelhecimento acelerado da população, o que pressiona os sistemas de previdência e saúde.

A imigração, embora limitada, tem sido uma solução parcial para compensar a diminuição da população jovem. Ainda assim, políticas de integração permanecem em desenvolvimento, especialmente para imigrantes que enfrentam barreiras culturais e linguísticas significativas.

Saiba mais: Processos migratórios: o que é migração, imigração e emigração?

Economia da Coreia do Sul

A Coreia do Sul é considerada uma economia emergente dentre os Tigres Asiáticos, devido ao rápido desenvolvimento econômico e industrial durante o século XX. Por esse motivo, o país é considerado uma das principais potências econômicas da Ásia. 

Além disso, o país possui ampla participação na produção de bens de alta tecnologia, automóveis e produtos eletrônicos, com produtos como Samsung, Hyundai e LG liderando o mercado.

Apesar disso, a nação não detém tantos recursos naturais, o que a torna bastante dependente da importação de produtos primários.

O setor primário é concentrado na produção de bens agrícolas tradicionais, como arroz e pescado. Já o setor secundário, particularmente a manufatura, é o motor da economia sul-coreana. A produção de semicondutores, carros e dispositivos eletrônicos representa uma grande parte das exportações do país. 

O setor terciário se destaca com o comércio internacional e serviços financeiros. As conexões comerciais do país incluem parceiros como China, Estados Unidos, Japão e Vietnã. Apesar da dependência de importações de recursos naturais, a Coreia do Sul equilibra sua balança comercial com alta produtividade industrial.

De acordo com o Índice Global de Inovação, a Coreia do Sul é o país mais inovador do mundo. O país também faz parte do G20 (grupo das maiores economias do mundo) e foi o primeiro país asiático a sediar uma cúpula do grupo.

Recentemente, o governo tem investido em energias renováveis e inteligência artificial para diversificar ainda mais a economia. Além disso, o turismo, impulsionado pela cultura pop e pela tecnologia, também contribui significativamente para o PIB, atraindo milhões de visitantes anualmente.

Veja também: Setores da economia: primário, secundário e terciário

Política da Coreia do Sul

A Coreia do Sul é uma república presidencialista, na qual o presidente exerce as funções de chefe de Estado e comandante das forças armadas. Ele é eleito por voto direto para um mandato de cinco anos, sem possibilidade de reeleição consecutiva. 

Além do presidente, existe a figura do primeiro-ministro que exerce funções de um vice-presidente, embora tenha menos poderes que nas repúblicas parlamentaristas tradicionais.

O modelo político do país combina elementos de democracia representativa com uma estrutura administrativa centralizada.

O sistema político sul-coreano é composto por três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. 

O Legislativo é representado pela Assembleia Nacional, um parlamento unicameral com 300 membros, dos quais 245 são eleitos diretamente e 55 por representação proporcional. Enquanto o Judiciário é independente, com destaque para o Tribunal Constitucional, que atua em disputas políticas e sociais.

Historicamente, o país enfrentou regimes autoritários durante boa parte do século XX, principalmente sob governos militares. A transição para uma democracia ocorreu em 1987, impulsionada por movimentos populares exigindo reformas políticas. Desde então, o país realiza eleições livres e competitivas, com alternância de poder entre partidos conservadores e progressistas.

No entanto, a política sul-coreana é marcada por crises e tensões, incluindo escândalos de corrupção. Um exemplo é o  impeachment do presidente  Park Geun-hye, em 2017. Além disso, o sistema enfrenta desafios como a concentração de poder nos grandes conglomerados (chaebols) e a polarização entre partidos, que impacta o avanço de reformas econômicas e sociais.

Declaração de lei marcial na Coreia do Sul

Em dezembro de 2024, a Coreia do Sul foi surpreendida pela declaração de lei marcial pelo presidente Yoon Suk Yeol.

O decreto foi justificado como uma medida contra supostas ameaças de grupos pró-Coreia do Norte e resultou na substituição temporária da legislação civil por leis militares, provocando protestos em massa e um intenso debate político.

A decisão ocorreu em meio a uma crise de popularidade do presidente e alegações de instabilidade interna. A lei marcial incluiu o fechamento temporário da Assembleia Nacional e o controle sobre setores como a mídia, levando a acusações de abuso de poder e de violação de direitos democráticos.

A medida rapidamente enfrentou resistência do parlamento, que votou pela sua revogação em menos de 24 horas.

A oposição e movimentos civis criticaram a declaração como um golpe contra a democracia sul-coreana. Protestos em várias cidades reuniram milhares de pessoas, pressionando o governo a recuar. A rápida revogação do decreto não apenas evidenciou a força das instituições democráticas do país, mas também mostrou o papel ativo da sociedade civil na defesa de direitos fundamentais.

Embora encerrada, o episódio aumentou a pressão sobre o presidente, que enfrentou pedidos de impeachment, mas a votação não resultou na perda do seu mandato.

Cultura da Coreia do Sul

A cultura sul-coreana é uma fusão de tradições milenares e modernidade. Elementos culturais antigos, como a cerimônia do chá, trajes tradicionais (hanbok) e a música folclórica, coexistem com fenômenos contemporâneos como o K-pop, filmes e séries de televisão. 

O Hallyu (Onda Coreana) tem gerado uma projeção global da cultura do país. Grupos de K-pop, como BTS e Blackpink, lideram as paradas musicais internacionais, enquanto filmes como “Parasita” e dramas televisivos conquistam públicos ao redor do mundo. Esse sucesso tem gerado impacto econômico e ampliado a influência cultural sul-coreana.

A culinária é outra expressão importante da cultura local. Pratos como kimchi, bulgogi e bibimbap são conhecidos por seu equilíbrio de sabores e valor nutricional. Além disso, a gastronomia sul-coreana reflete a filosofia comunitária do país, sendo frequentemente compartilhada em refeições coletivas.

A religião também faz parte da cultura sul-coreana. Embora mais da metade da população seja não religiosa, o budismo, protestantismo e o catolicismo são predominantes no país. Essas influências religiosas são visíveis na arquitetura, literatura e festivais regionais, que enriquecem ainda mais a diversidade cultural do país.

E aí, conhecia todas essas informações sobre a Coreia do Sul? Conte para a gente nos comentários!

Referências

WhatsApp Icon

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe este conteúdo!

ASSINE NOSSO BOLETIM SEMANAL

Seus dados estão protegidos de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)

FORTALEÇA A DEMOCRACIA E FIQUE POR DENTRO DE TODOS OS ASSUNTOS SOBRE POLÍTICA!

Conteúdo escrito por:
Faço parte da equipe de conteúdo da Politize!. Cientista social pela UFRRJ, pesquisadora na área de Pensamento Social Brasileiro, carioca e apaixonada pelo carnaval.
Henrique, Layane. Coreia do Sul: história, política, economia e cultura. Politize!, 13 de dezembro, 2024
Disponível em: https://www.politize.com.br/coreia-do-sul/.
Acesso em: 17 de dez, 2024.

A Politize! precisa de você. Sua doação será convertida em ações de impacto social positivo para fortalecer a nossa democracia. Seja parte da solução!

Pular para o conteúdo