(Carnaval, um grande exemplo da cultura brasileira. Foto: Rafael Neddermeyer/LigaSP/Fotos Públicas).
Cultura é a forma como denominamos todas as crenças, ideias, pensamentos e atitudes adquiridas pelo ser humano com base na sua convivência e experiência como membro de uma sociedade.
A cultura é um modo de viver que o individuo ou grupo adota como sua identidade, que é um fator mutável.
A cultura é restrita a determinados grupos?
É comum na sociedade o pensamento de que a cultura é um privilégio no qual somente algumas pessoas tem acesso, no entanto, o fato é que a cultura é um bem pertencente a todos nós, pois todas as características apresentadas na vivência de um indivíduo ou de um determinado grupo são consideradas cultura, já que fazem parte de uma bagagem que o indivíduo vai adquirindo e passando de geração em geração, e então adotando como verdade pra si.
O fato de alguém gostar de funk, por exemplo, não torna o indivíduo com menos cultura do que alguém que gosta de música clássica. São gostos e culturas distintas, que vem de heranças diferentes, entretanto ambas são equivalentes e válidas.
Ou seja, a cultura é algo pertencente a todos, pois é natural do ser humano adquiri-las ao longo da vida, o simples fato de estarmos inseridos na sociedade já deve ser considerado um ato cultural.
A mudança da cultura ao longo das décadas
Para entendermos melhor como a cultura é mutável, podemos citar como exemplo algumas subculturas (grupo de pessoas que possuem um conjunto de características próprias, como: comportamentos, ideologias, formas de se vestir…).
As subculturas surgiram no fim da segunda guerra mundial, marcadas pela insatisfação da sociedade pela cultura do egoísmo em que viviam e dando início a criação de grupos na sociedade que geralmente tinham o objetivo de promover alguma causa ou ideologia, ou até mesmo adotar um novo jeito de viver.
Em 1950, uma das primeiras subculturas que surgiram, foram os Teddy Boys, que tinha origem britânica e era composta por jovens ingleses de renda baixa que eram amantes do rock. Logo depois, surgiram os Rockabillys, que vinham provocando mudanças na subcultura anterior, já que optavam por uma mistura de rock e música country.
Com o passar das décadas, muitas outras subculturas surgiram e deram início a novos grupos, influenciados pelas mudanças culturais da sociedade, que acabam gerando novas ideologias e, consequentemente, levam o indivíduo a adotar uma nova postura perante a sociedade por várias vezes ao longo de sua existência.
Cultura popular, cultura erudita e cultura de massa: qual a diferença?
(Carnaval de Olinda, um exemplo de cultura popular. Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil)
Grande parte das pessoas podem sentir dúvidas em relação a esses três diferentes tipos de cultura, ou até mesmo não saberem de sua existência, por isso, é importante esclarecer:
- A cultura popular, assim como o nome já diz, vem do povo. Podemos considerar um exemplo de cultura popular, os costumes de certas regiões adotadas pelo povo de tal lugar, como o carnaval de Olinda, por exemplo.
- Cultura erudita, é o termo dado para distinguir determinado grupo da sociedade, geralmente com um grau de instrução mais elevado, que se baseia em pesquisas, estudos científicos e investigações teóricas para só então formas de demonstrações culturais de determinada cultura.
- Já a cultura de massa, é aquela usada no capitalismo, para gerar lucro. É criada pela indústria cultural, no intuito de massificar produtos que podem virar sucesso entre uma parte da sociedade. Um exemplo clássico é o sertanejo universitário.
Afinal, quais benefícios a cultura pode nos trazer?
A cultura é também uma forma da pessoa conhecer a si mesmo, seus gostos, pensamentos e objeções. Através da música, arte, livros, filmes, esportes, idiomas, entre tantas outras coisas que as culturas nos proporcionam, pode-se adquirir novas maneiras de pensar e agir, já que a cultura é transitável e está em constante mudança.
A cultura é uma forma do indivíduo usar sua capacidade de mudar sua perspectiva sobre si e sobre as coisas, podendo ser considerada uma forma de se reinventar e aprender mais sobre o mundo, já que o sujeito moderno possui uma identidade não fixa. O sujeito é composto por várias identidades, podendo transitar entre elas, fazendo então, com que adote várias versões de si mesmo ao longo da vida, conforme sua evolução.
A coexistência entre diferentes culturas
(Cultura indígena. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Nos dias atuais, infelizmente ainda é comum presenciarmos casos de discriminação com a cultura alheia, dependendo de suas crenças, ideias, idiomas, ou por tantas outras diferenças.
Apesar de contarmos com os direitos humanos, muitas pessoas ainda sofrem com o preconceito por conta dos traços culturais de sua identidade, levando-as a vivenciar situações nas quais ninguém deveria ter que viver.
A intolerância manifestada com base em princípios que adotamos sobre o outro, a partir de fundamentos muitas vezes equivocados, é um problema real ainda na atualidade. Por isso faz-se necessário entendermos que pessoas são criadas de formas diferentes, com vivências e influências distintas umas das outras, mas que devem ser respeitadas, pois somente assim, todos os grupos podem coexistir em harmonia. É de grande importância entender que são as singularidades de cada um que tornam nosso planeta tão rico de cultura e cheio de diversidade.
REFERÊNCIAS