Este texto foi atualizado em 29 de abril de 2024.
Você sabe o que é o Dia do Trabalhador? Por que ele é comemorado em tantos países ao redor do mundo? Descubra a origem e a importância deste feriado internacional com a Politize!.
A história do Dia do Trabalhador
O Dia do Trabalhador é uma data comemorativa histórica que representa a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e direitos sociais. No Brasil e em vários outros países ele é celebrado em 1º de maio.
Em 1º de maio de 1886, nos Estados Unidos, cerca de 340 mil trabalhadores fizeram uma greve geral em Chicago. Eles reivindicavam a redução da jornada de trabalho — antes sem limite, chegando a ultrapassar 16 horas diárias em alguns casos — para 8 horas.
Por volta de 1870 a 1900, o país vivia o período denominado “Gilded Age” (Idade Dourada), marcado por um rápido crescimento industrial, econômico e tecnológico. Porém, ao mesmo tempo, a desigualdade social e a corrupção política atingiam níveis sem precedentes. Enquanto uma pequena elite de magnatas da indústria acumulava enormes riquezas, a maioria dos trabalhadores vivia em condições precárias.
Iniciando-se em Chicago, naquele 1o de maio, a greve se espalhou por todo o país, com milhares de trabalhadores paralisando suas atividades. Eles lutavam, entre outras coisas, pela redução da jornada de trabalho, cuja duração média somava de 10 a 16 horas por dia.
A greve geral se estendeu por vários dias e terminou com um confronto violento entre trabalhadores e policiais, conhecido como o “Massacre de Haymarket”. Vários trabalhadores foram presos e alguns, condenados à morte. Mesmo assim, a luta pela redução da jornada e por melhores condições de trabalho continuou.
O 1º de maio foi escolhido como o Dia do Trabalhador em homenagem às vítimas do massacre. Desde então, a data tornou-se um símbolo da luta dos trabalhadores em todo o mundo. Hoje, ela é celebrada com manifestações, passeatas, discursos e eventos culturais.
É uma oportunidade para refletir sobre as conquistas dos trabalhadores ao longo da história e continuar lutando por melhores condições de trabalho, salários justos e direitos sociais. Também é uma ocasião para lembrar daqueles que perderam suas vidas nessas lutas e para reafirmar o compromisso com a causa dos trabalhadores em todo o mundo.
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O Dia do Trabalhador no Brasil
O Dia do Trabalhador no Brasil remonta ao movimento operário e às lutas sindicais ocorridas no final do século XIX e início do século XX. Em 1917, aconteceu em São Paulo uma grande greve geral pela redução da jornada de trabalho para oito horas diárias, dentre outras pautas.
A greve foi reprimida violentamente pelas autoridades, mas a luta continuou e, em 1924, o presidente Arthur Bernardes instituiu o dia 1º de maio como o dia oficial do trabalhador no Brasil, pelo Decreto nº 4.859.
A celebração da data no país, no entanto, só começou a ser mais difundida a partir da década de 1930, quando as organizações sindicais e os partidos políticos passaram a promover manifestações e eventos para marcar a data.
Em 1940, Getúlio Vargas, pelo Decreto-Lei nº 2.162, instituiu o salário mínimo para todas as categorias profissionais. Três anos depois, no simbólico 1o de maio de 1943, Getúlio sancionou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que até hoje é um marco para os direitos trabalhistas no Brasil.
Em 1954, de volta ao poder, Vargas sancionou a Lei nº 4.090, instituindo o 13º salário. Já em 1964, o regime militar proibiu as comemorações do Dia do Trabalhador, temendo manifestações contrárias ao governo. A proibição só foi suspensa em 1968, quando uma grande manifestação reuniu mais de 100 mil pessoas em São Paulo.
Em 1980, durante a abertura política no Brasil, a data ficou marcada por grandes manifestações de trabalhadores e sindicatos em todo o país, reivindicando melhores condições de trabalho e salários mais justos.
Já em 1988, a Constituição Federal do Brasil foi promulgada, dando proteção constitucional a diversos direitos trabalhistas, como a jornada de trabalho de oito horas diárias, férias remuneradas e licença-maternidade. Justamente por consolidar essas e outras conquistas sociais, ela foi apelidada de constituição cidadã.
Assim, o Dia do Trabalhador é uma data importante no calendário brasileiro e continua sendo celebrado no país com manifestações, shows, eventos culturais, reivindicações e homenagens aos trabalhadores brasileiros, que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do país.
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O futuro do trabalho
Desde 2016, o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) publica duas vezes por ano o “Future of Jobs Report” (Relatório sobre o Futuro dos Trabalhos). No documento, o WEF mapeia o estado atual dos mercados de trabalho no mundo e, a partir da identificação de tendências atuais, projeta transformações futuras em vários aspectos relacionados ao trabalho.
Na edição de maio de 2023, há alguns achados interessantes. O relatório aponta para uma divergência no mercado de trabalho, onde países de alta renda chegam a enfrentar falta de mão de obra, enquanto nações de baixa e média renda ainda sofrem com altos níveis de desemprego. A situação é pior entre pessoas com apenas educação básica e mulheres. Além disso, o custo de vida crescente tem levado a uma queda dos salários reais, reduzindo o poder aquisitivo e intensificando as preocupações dos trabalhadores com a qualidade do trabalho.
No cerne das previsões do relatório estão a criação e a destruição de empregos influenciada por tendências ambientais, tecnológicas e econômicas. Destaca-se o papel dos avanços tecnológicos e normas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) nas transformações econômicas previstas.
É interessante, por exemplo, a tensão entre a dita “transição verde”, o crescimento econômico e a geração de empregos. Se, por um lado, investimentos massivos nessa transição podem gerar muitos empregos, o crescimento econômico mais lento decorrente dos custos elevados desta transição pode afetar negativamente a empregabilidade.
Quanto aos avanços tecnológicos, o “big data”, a computação em nuvem e a inteligência artificial estão entre as tecnologias com maior probabilidade de adoção por empresas em todo o mundo. Por um lado, elas devem ser revolucionárias em termos do aumento na produtividade; por outro, certamente serão disruptivas no mercado de trabalho, levando à destruição e criação de milhões de empregos.
Por exemplo, o relatório estima que, em um grupo de indústrias pesquisadas, as quais juntas empregam 673 milhões de trabalhadores, isso deve levar à criação de 69 milhões de empregos, mas à extinção de 89 milhões, resultando em um saldo negativo de 14 milhões, ou 2% do total.
Esse relatório ilustra um motivo não tão óbvio da importância do dia do trabalhador. Neste feriado, paramos e refletimos sobre a condição de ser trabalhador, de trocar a mão de obra por um salário, em uma relação assimétrica com empregadores. Dessa dinâmica desigual, nascem muitos problemas. E são exatamente esses problemas que, ao longo da história, a mobilização política de trabalhadores buscou resolver — por meio do voto, de greves, sindicatos, e outros instrumentos.
Se é verdade que conquistamos vários direitos, e que muita coisa mudou — para melhor —, também é verdade que muitos problemas antigos persistem. E, mais ainda, como demonstrado pelo relatório do WEF, há desafios completamente novos. Como a globalização, a concentração de poder econômico, a inteligência artificial, a transição energética, princípios ESG e a globalização afetam os empregos e as relações trabalhistas?
Esses são fatores novos, e precisamos entendê-los para, só então, agir politicamente, enquanto sociedade, para garantir o bem-estar do maior número possível de pessoas.
Esperamos que você tenha compreendido a história sobre o dia do trabalhador e o seu significado. Se ficou alguma dúvida, é só deixar nos comentários!
