A história e significado do Hino Nacional Brasileiro está totalmente ligado a Independência do Brasil. O Brasil deixa de ser uma colônia portuguesa e passa a ser uma nação independente. Porém, o hino passou por algumas modificações até chegar ao que se conhece hoje.
Neste texto, você vai descobrir um pouco sobre a sua história e alguns significados importantes sobre a sua composição. Quer saber mais? Continue a leitura, que a Politize! irá te contar!
Linha do Tempo
O hino que se conhece só foi oficializado em 7 de setembro de 1922. O objetivo era fazer com que ele pudesse ser usado em comemoração ao primeiro centenário da Independência do Brasil.
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1831: O primeiro hino era chamado de “Hino de 7 de Abril” . A data faz alusão ao dia da renúncia de Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil. Seus versos comemoravam a sua abdicação. Somente no dia 13 de abril, o hino foi interpretado pela primeira vez, por isso, nesse dia, é considerado o Dia do Hino Nacional.
A melodia do hino foi composta pelo maestro Francisco Manoel da Silva, a melodia é originária do Império, essa que conhecemos hoje é a mesma que Dom Pedro II ouvia nas cerimônias oficiais e Francisco Manoel da Silva, um maestro, a concebeu como melodia para o hino.
1841: Durante a coroação de Dom Pedro II, Francisco Manoel compôs outro hino, que, devido a sua popularidade, era considerado Hino Nacional Brasileiro pelo seu povo, mas essa versão não chegou a ser oficializada. Seus versos enalteciam muito o soberano.
1889: Após a Proclamação da República em 1888, foi o momento para o novo governo da época enterrar os legados monárquicos e substituí-los por símbolos republicanos. Nada mais democrático do que um concurso público para eleger o novo Hino Brasileiro.
Porém, houve um contratempo, e o presidente Deodoro Fonseca, influenciado por políticos e jornalistas da época, decidiu manter a melodia do antigo Hino (essa que conhecemos), mas ainda sem letra.
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1922: No dia 6 de setembro, o presidente Epitácio Pessoa, assinou a lei que oficializou a letra do poeta Joaquim Osório Duque Estrada, composta em 1909. A pressão pela comemoração do centenário da Independência, fez com que o projeto de lei fosse aprovado.
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Letras do Hino Nacional
As duas primeiras letras do Hino Nacional (1831 – 1841), as versões do império, só conseguiam ser cantadas por aqueles que dominassem as técnicas de alongar sons vocálicos ao cantar. O resultado era algo parecido com uma ópera por que os versos eram muitos mais curtos do que os atuais. Com as modificações na letra, qualquer pessoa, sem muito talento vocal, consigue acertar.
Veja como eram as versões anteriores:
Versão de 1831.
Os bronzes da tirania
Já no Brasil não rouquejam
Os monstros que o escravizam
Já entre nós não vicejam
Da Pátria o grito
Eis se desata
Desde o Amazonas
Até ao Prata
Versão de 1841.
Ingratos à bizarria,
Invejosos do talento.
Nossas virtudes, nosso ouro
Foi seu diário alimento
Da Pátria o grito
Eis se desata
Desde o Amazonas
Até ao Prata
Quando vens, o faustoso dia,
Entre nós raiar feliz,
Vemos em Pedro Segundo
A ventura do Brasil
Da Pátria o grito
Eis se desata
Desde o Amazonas
Até ao Prata
Negar de Pedro as virtudes,
Seu talento escurecer
É negar como é sublime
Da bela aurora o romper.
Da Pátria o grito
Eis se desata
Desde o Amazonas
Até ao Prata
Fonte: Jornal O Sete d’Abril (edição 16 de 1833) e História do Hino Nacional Brasilero (biblioteca do exército), de Mariza Lira.
Exercício: Tente cantar como “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas” os primeiros versos de cada versão.
Significado do Hino Nacional
O hino atual foi criado no período do Parnasianismo, um movimento literário fundamentalmente poético e estético. No contexto, era frequente o uso de palavras mais elaboradas, entretanto, uma parte desse vocabulário não é mais utilizado. É comum, que algumas pessoas apresentem uma certa dificuldade ao cantar, pois vão pela sonoridade das palavras e não pela pronúncia correta.
O Hino Nacional tem as passagens da história que foram destacadas acima, as lutas que o país enfrentou e ajudou a criar a identidade do Brasil, representando a nação para outros países.
No primeiro trecho, “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/De um povo heroico o brado retumbante”, faz referência ao momento do grito da independência de Dom Perdro I, no dia 7 de setembro de 1822 ás margens do Rio Ipiranga.
“E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos/Brilhou no céu da pátria nesse instante”, o povo brasileiro estava livre de Portugal, se tornando uma nação independente. Além disso, faz uma comparação a liberdade com os raios de Sol, que ilumina as terras brasileiras escurecidas pelo colonialismo.
“Se o penhor dessa igualdade/Conseguimos conquistar com braço forte/Em teu seio, ó liberdade/Desafia o nosso peito a própria morte”. Faz alusão à união do povo em prol da liberdade.
“Brasil, um sonho intenso, um raio vívido/De amor e de esperança à terra desce/Se em teu formoso céu risonho e límpido/A imagem do Cruzeiro resplandece!”. Esses trechos comparam o país a um sonho e cita a constelação, Cruzeiro do Sul. Ela pode se vista no céu do Brasil e remete a Jesus Cristo, visto como uma figura que traz amor e esperança para o seu povo.
“Gigante pela própria natureza/És belo, és forte, impávido colosso/E o teu futuro espelha essa grandeza”, fala sobre a Floresta Amazônica e extensão do território brasileiro.
“Deitado eternamente em berço esplêndido/Ao som do mar e à luz do céu profundo/Fulguras, ó Brasil, florão da América/Iluminado ao Sol do Novo Mundo!”. Faz alusão a localização privilegiada do Brasil e enaltece as praias brasileiras.
“Brasil, de amor eterno seja símbolo/O lábaro que ostentas estrelado”, deseja que o “lábaro”, ou seja, a bandeira que o Brasil carrega, seja um símbolo de amor eterno. “E diga ao verde-louro desta flâmula/Paz no futuro e glória no passado”, continua fazendo referência a bandeira, dessa vez, desejando paz no futuro e honra pelo passado.
“Mas se ergues da justiça a clava forte/Verás que o filho teu não foge à luta/Nem teme quem te adora a própria morte”, se opondo ao verso anterior, desejando paz no fututo, se a honra do brasileiro precisar ser defendida, ninguém fugirá da luta.
Joaquim Osório, ressalta em sua letra como um todo, que deseja que o país seja conhecido por ser gentil, um símbolo de amor, mas que isso não seja visto como uma fraqueza. Se a luta for necessária, o povo brasileiro não abaixa a cabeça.
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Atente-se ao significado de algumas palavras presentes no Hino Nacional:
• Ipiranga – rio onde às margens D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil.
• Plácidas – calmas, serenas, tranquilas.
• Brado – grito forte.
• Retumbante – som que provoca eco.
• Fúlgidos – brilhante, cintilante.
• Penhor – garantia e segurança de liberdade.
• Idolatrada – amada, cultuada.
• Vívido – intenso, tem vivacidade.
• Formoso – belo, bonito, lindo.
• Límpido – claro, puro, transparente, não está poluído.
• Cruzeiro – Constelação de estrelas do Cruzeiro do Sul.
• Resplandece – brilha, ilumina.
• Impávido – corajoso, destemido, valente.
• Colosso – grandes dimensões.
• Espelha – reflete.
• Gentil – acolhedor, generoso.
• Fulguras – brilhar, despontar, reluzir.
• Florão – flor de ouro.
• Garrida – enfeitada, florida.
• Lábaro – bandeira, estandarte.
• Ostentas – mostra com orgulho.
• Flâmula – bandeira.
• Clava – arma primitiva de guerra, porrete, tacape.
Conclusão
A história e significado do Hino Nacional Brasileiro, carrega toda história e grandeza do seu território e do seu povo. Hoje todos podem cantar com orgulho a música que ecoa na alma de cada brasileiro, como o próprio Joaquim Osório disse em sua obra: “Se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge a luta, nem teme quem te adora a própria morte.”
E aí? Você já conhecia a história do Hino Nacional Brasileiro? Conte para nós nos comentários!
1 comentário em “Hino nacional brasileiro: conheça sobre sua história e significados”
Parabéns, bela descrição sobre o seu eu, fico muito feliz em ver um time tão focado e que realmente se importa com a visão política dos futuros jovens brasileiros. Porque a politicagem e mentiras nesse país, só fazem crescer.